Polícia apresenta saldo da Operação Tentáculos

A força-tarefa composta por titulares de cinco delegacias especializadas, que darão continuidade às investigações dos crimes descobertos com a Operação Tentáculos, apresentaram ontem um calendário de trabalhos e o balanço dos trabalhos realizados até agora. A Polícia Civil tem 10 dias para concluir as 13 prisões em flagrante que foram efetuadas e, depois disso, terá prazo de 10 dias para terminar o inquérito sobre a morte do major da PM Pedro Plocharski.

De acordo com o delegado Luiz Alberto Cartaxo de Moura, da Delegacia de Homicídios – que integra a força-tarefa juntamente com Marcos Michelotto, do Cope; Rubens Recalcatti, da Furtos e Roubos; Itito Hashitani, da Furtos e Roubos de Veículos, e Alfredo Dib Júnior, da Antitóxicos -, finalizadas estas duas etapas, a polícia vai começar a montar um banco de provas que será usado para embasar os inquéritos – suficientemente fortes – para condenar todos os acusados dos crimes. "Todas as pessoas presas continuarão detidas até finalizarmos as investigações, o que pode durar meses", disse o delegado. Cartaxo afirmou ainda que outras prisões podem ser efetuadas no andamento das investigações.

A Operação Tentáculos foi deflagrada na semana passada e desbaratou uma das maiores quadrilhas envolvendo policiais militares ligados ao crime organizado. As investigações começaram depois do assassinato do comandante interino do 13.º Batalhão da PM, Pedro Plocharski. De acordo com o balanço apresentado ontem, dos 30 mandados de prisão expedidos, 28 foram cumpridos. Além disso, outras 13 pessoas foram presas em flagrante.

O chefe do serviço de inteligência do 13.º Batalhão da PM, Rui Barroso, não estava na listagem da polícia mas, no dia da operação, a PF descobriu o envolvimento dele com o grupo e ficou surpresa. Em sua sala funcionava o "QG" da quadrilha. Lá foram encontradas 4 armas, 300 gramas de maconha, além de capuzes usados para cometer assaltos.

Foram apreendidas 38 armas, mais de 1500 munições, 31 veículos – a maior parte deles roubada ou adulterada -, 254 gramas de maconha, 113 gramas de cocaína e 610 gramas de folha de coca. As somas em dinheiro, cheques e jóias ultrapassam a soma de R$ 1 milhão. Entre as apreensões está um relógio da marca Rado apreendido em posse do coronel da reserva Lúcio de Mattos Júnior, que está preso. O relógio é de ouro cravejado de brilhantes, avaliado em R$ 40 mil, e foi tomado em assalto. A jóias foi receptada pelo oficial, como pagamento de honorários, já que atualmente ele exercia a função de advogado.

Depen

O coronel Honório Olavo Bertolini (da reserva), vai assumir a coordenação do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen). Bertolini, que era vice-coordenador do Depen, substituirá o coronel Justino Henrique de Sampaio Filho, que foi afastado do cargo porque teve um contato telefônico com o coronel Lúcio de Mattos Júnior, preso durante a operação. O governo achou melhor afastá-lo das funções até que as investigações sejam concluídas e o envolvimento – ou não – de Justino com o grupo, seja confirmado. O coronel João Krainski Neto (da reserva), que já dirigiu a Penitenciária Central do Estado (PCE) em Piraquara, assume como vice-coordenador do Depen.

Foragidos caçados

A polícia ainda procura dois foragidos que tiveram mandado de prisão expedido durante a Operação Tentáculos. Um deles, conhecido como "Sky", é sargento da Polícia Militar e seu nome continuará em sigilo. O outro é advogado Peter Amaro, que tem entre seus clientes o traficante Éder Conde – chefe do tráfico na Vila Nossa Senhora da Luz e preso durante a operação.

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