Polícia acaba com esquema de falsificação de ingressos na capital

A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) prendeu cinco pessoas acusadas de participar de esquema nacional de clonagem de ingressos para partidas de futebol. Segundo a polícia, o golpe era aplicado por representantes da empresa BWA Tecnologia e Sistemas em Informática, responsável pela emissão e codificação de ingressos para diversos clubes do país, entre eles o Coritiba. Foram detidos Jurimar César Domakoski, 50 anos, Thiago Domakoski, 22, Anísio Vanderlei Cardoso, 32, Francisco Polito Júnior, 35, e Bruno César Polito, 30. A polícia ainda solicitou a prisão provisória de José Andrade de Souza, que está foragido. Os acusados irão responder por formação de quadrilha e estelionato.

Parte do grupo foi presa na capital paranaense, onde há uma filial da empresa e eram confeccionados os bilhetes. Lá foram apreendidos mais de 5 mil ingressos. Também foi apreendida uma máquina, que ficava dentro do Couto Pereira, sede do Coritiba. ?Quando o jogo era em Curitiba, funcionários da BWA emitiam bilhetes a mais que o permitido, para depois repassarem a cambistas?, explicou o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. Em jogos em outro estado, o grupo comprava um ingresso original e mandava de avião para a filial da BWA, em Curitiba. Depois eram feitas cópias em uma gráfica e o código era validado pela empresa. Os ingressos duplicados eram encaminhados via Sedex ou malote para o local da partida, onde eram vendidos para cambistas.

Denúncia

As investigações começaram há cerca de dois meses, a partir de denúncia feita pelo próprio presidente do Coritiba, Jair Cirino dos Santos. Durante as investigações, a polícia apurou que Jurimar e seu filho, Thiago, representantes da empresa BWA, mandavam Anísio confeccionar os ingressos. ?Pelo serviço, Anísio cobrava R$ 5 por ingresso. Deste valor, ele pagava R$ 2 para José Andrade, dono da gráfica, para a impressão?, disse o delegado da DEDC, Marcus Vinícius Michelotto. Os três foram presos na capital paranaense. ?O esquema acontecia a pedido dos irmãos Bruno e Francisco, que moram no Rio de Janeiro?, completou o delegado. Os irmãos foram detidos com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil carioca.

De acordo com o Michelotto, o grupo falsificou ingressos para jogos do Campeonato Paranaense e Brasileiro, Copa Libertadores e, inclusive, partidas da Seleção Brasileira. ?A venda de ingressos excedentes, dependendo da partida, pode superlotar estádios, colocando em risco a vida dos torcedores?, ressaltou Delazari.

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