Sete policiais militares são suspeitos de integrar uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos em Curitiba e região metropolitana e tiveram a prisão decretada. Os nomes não foram divulgados. A Secretaria da Segurança Pública (Sesp) informou que os PMs criavam ocorrências falsas para desguarnecer a área onde haveria o furto. Outras 15 pessoas tiveram mandados de prisão expedidos, por suspeita de participação na organização criminosa.

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A operação teve início em março e foi feita pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, em parceria com a Polícia Militar. Até o início da noite de ontem, 15 dos 22 mandados de prisão, entre eles de seis policiais militares, tinham sido cumpridos. O delegado Luiz Alberto Cartaxo, do Cope, afirmou que não se sabe desde quando a quadrilha agia, mas que faz um longo período de tempo. O nome dos policiais envolvidos não pôde ser revelado e detalhes sobre a forma como agiam, pois o pedido de quebra de sigilo da investigação foi negado pelo Poder Judiciário.

Líder

O líder da quadrilha, segundo Cartaxo, é um policial militar. “Criava falsas ocorrências para o deslocamento das viaturas da área onde o caixa eletrônico seria abordado e ele, pessoalmente, dava cobertura às ações”. Entre os detidos estão pessoas com várias passagens pela polícia, alguns presos pelo Cope. “A grande fragilidade está na legislação. Este tipo de operação traz respaldo maior, porque estamos diante de uma associação criminosa, que envolve utilização de arma e tiroteio. Entretanto, no dia a dia, na abordagem de caixa eletrônico temos furto qualificado, que prevê pena pequena”, explicou.

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Ações

Cartaxo contou que uma das ações da quadrilha foi em 11 de outubro, quando houve a explosão na agência do HSBC de Rio Branco do Sul. Três bandidos fugiam em um Doblo, quando foram abordados pelos policiais e houve confronto. Um dos marginais foi baleado e com ele estava um radiocomunicador HT na frequência da PM. No veículo, foram encontrados ouriços (dispositivos usados para furar pneus), uma pistola Taurus calibre 9 milímetros, uma espingarda calibre 12, explosivos e um cofre do banco. Nesse dia, outro veículo, em que estavam um policial militar e o irmão de outro policial, capotou em uma estrada do município e as investigações teriam apontado a participação deles no crime.
O secretário da Segurança Pública, Leon Grupenmacher, ressaltou que a operação continua. “O desdobramento é um ponto de interrogação, a gente pode chegar a muito mais gente ou não”, destacou. Somente neste ano foram mais de 300 ataques a caixas eletrônicos no Paraná. “Enquanto não tivermos uma legislação que puna efetivamente esses crimes, não interessa se você roube uma galinha ou um caixa eletrônico, é furto de qualquer maneira e você vai ficar pouco tempo preso”.

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Afastamento

O coronel Maurício Tortato, da PM, explicou que os policiais militares suspeitos de envolvimento na quadrilha estão afastados da corporação devido à prisão temporária. Processo administrativo interno deve ser instaurado também para avaliar a responsabilidade de cada um deles, o que pode levar à expulsão da polícia. “Se comprovada a participação com certeza enseja a exclusão a favor da disciplina e da moralidade da tropa”, garantiu o oficial.