PMs são responsabilizados por corte ilegal de araucárias

O Inquérito Policial Militar que investigou o envolvimento dos nove policiais militares, do Batalhão de Polícia Ambiental ? Força Verde, acusados de participar de esquema de corte ilegal de vegetação nativa, concluiu pela responsabilidade de todos os denunciados. O desmatamento ilegal foi descoberto durante as investigações que resultaram na Operação Floresta Negra, feita em outubro de 2007 em municípios dos Campos Gerais e em Curitiba. A ação pôs fim a uma quadrilha responsável pela compra e venda de autorizações irregulares para corte e venda de araucárias, emitidas por funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a fazendeiros e madeireiros. A polícia estima que mais de 36 mil araucárias, em dezenove fazendas, foram cortadas ilegalmente.

?O IAP apoiou toda ação da polícia e foi o órgão que realizou a denúncia, inclusive ofereceu subsídios para a conclusão do IPM. Para o Governo do Paraná, combater a corrupção é questão de honra e vamos punir quem for preciso, quem quer que esteja envolvido. Não daremos trégua a esse tipo de trabalho ilegal em qualquer lugar, seja dentro da polícia, dentro do IAP ou em qualquer outro órgão?, afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

O inquérito foi aberto por ordem do comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, tenente-coronel Sérgio Filardo, logo que se constatou irregularidades nas ações dos policiais. De acordo com o major João Alves da Rosa Neto, indicado pelo comandante do batalhão para conduzir o inquérito, ficou constatado que existem indícios de crime de natureza militar praticados pelo primeiro-tenente Gilson Machado Dias, que era comandante do posto policial de Vila Velha e pelo subtenente Jamil Danielli. ?Eles receberam material lenhoso apreendido como doação pelo IAP e tentaram comercializá-lo. Os policiais chegaram a pegar o cheque, de R$ 4.800,00 do pagamento das toras, antes de entregá-las. No entanto, a venda não foi concluída, porque o comprador desistiu do negócio e o cheque foi devolvido?, contou o major.

Cooperação

Além deles, mais sete policiais foram responsabilizados criminalmente por deixar de tomar medidas legais cabíveis no atendimento de ocorrências em conjunto com o IAP. ?Existe um termo de cooperação técnica entre a Secretaria da Segurança Pública e o IAP, que prevê parceria na fiscalização ambiental, o que não foi cumprido?, disse Rosa Neto.

O IPM já foi encaminhado à Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual, para julgamento. A Auditoria encaminhou também uma cópia do inquérito para o Ministério Público Estadual, que está analisando o processo.

Os policiais foram afastados e prestam serviços internos no Batalhão Ambiental. O primeiro-tenente Gilson Machado Dias foi transferido para o 1.º Batalhão da Polícia Militar, em Ponta Grossa. Eles agora serão julgados pela Vara da Auditoria, respondendo criminalmente e, dependendo do resultado, poderão ser expulsos da Polícia Militar.

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