PM prende policial civil por assalto a taxista

Horas depois de o governador Roberto Requião reiterar a intenção de acabar com a “banda podre” das polícias, um episódio demonstrou a dura tarefa que terá pela frente. O policial civil Fernando Carlos Teixeira, 33 anos, foi preso em flagrante pela PM, acusado de assaltar um taxista no Parolin. Fernando, que está afastado das funções para tratamento de dependência química, teria usado a arma da própria instituição para cometer o crime.

Às 23h45 de quinta-feira, um taxista de 44 anos parou uma viatura do 13.º Batalhão da PM na esquina das ruas Acácio Correia e Nunes Machado, Parolin. O proprietário do táxi Parati, prefixo 2139, disse que havia sido assaltado pelo homem capturado pouco depois por ele e por outros companheiros de profissão. A PM encontrou com o acusado um revólver calibre 38, com a insígnia da Polícia Civil, R$ 27,00 que teriam sido roubados da vítima e uma fotocópia de sua identidade funcional.

O policial foi autuado em flagrante e levado ao 2.º Distrito. “Ele não reagiu à prisão e declarou que a quantia seria usada para comprar droga, já que é viciado em crack”, afirmou o aspirante Barroso, da Rone, que participou da detenção.

Tratamento

Fernando estava há oito anos na Polícia Civil, era operador de comunicações e trabalhou por último no Centro de Triagem. No momento estava afastado do serviço e à disposição do serviço psicossocial da instituição, que trata de funcionários com problemas emocionais e dependências químicas. “Aparentemente ele não tinha noção do problema em que estava se metendo. Deve ser tratado com uma pessoa doente”, falou o delegado Carlos Alberto Castanheiro, que presidiu o flagrante. Segundo o delegado, a culpa do policial é indiscutível, pois a prisão ocorreu no mesmo instante do crime, com arma e produto do roubo em mãos e reconhecimento pela vítima e testemunhas.

O policial respondia a dois outros inquéritos, possivelmente por lesão corporal. O 2.º DP não dispunha de informação oficial sobre a razão do indiciamento. Além do processo criminal pelo roubo, o acusado enfrentará processo administrativo interno que deve reservar-lhe severa punição. “A decisão caberá à corregedoria. Mas é quase certo que haverá expulsão”, falou o delegado. Fernando passou a noite no 2.º DP e seria transferido para o xadrez da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, onde aguardará julgamento.

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