Policiais militares de Londrina começaram esta semana a ser treinados para usar armamentos pesados que foram apreendidos com assaltantes. Esta é a primeira vez que o Poder Judiciário autoriza a polícia londrinense a utilizar as armas, que antes eram destruídas. Entre o material apreendido estão um fuzil e uma submetralhadora, utilizados pela quadrilha do assaltante Marcelo Borelli, condenado a 192 anos de prisão.
O treinamento para os 65 policiais da tropa de choque da PM de Londrina inclui montagem e desmontagem das armas, manejo, tiro, manutenção e emprego tático dos equipamentos. “São armas pesadas, para uso diferente das ocorrências diárias. Os policias têm que estar consciente das situações em que devem recorrer ao equipamento”, explicou o subcomandante da tropa de choque, tenente Marcelo Israel da Costa Vieira, que ministra as aulas de instrução.
As aulas diárias de uma hora, previstas para durar um mês, são realizadas após o horário normal de expediente. As armas de alto poder de perfuração serão utilizadas em operações de alto risco, como seqüestro, assaltos a banco ou a carros-fortes.
Borelli
Os armamentos apreendidos foram usados no assalto da quadrilha de Borelli à uma empresa de transporte de valores, em 1999. Elas foram abandonadas pelos assaltantes e recolhidas pela Polícia Civil. São um fuzil AK 47, uma submetralhadora UZI 9 milímetros, duas pistolas e uma espingarda calibre 12.
Borelli está preso em uma cela especial na Penitenciária Estadual de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. As armas foram oferecidas à polícia depois que a Justiça concluiu o processo contra a quadrilha. Normalmente, as armas anexadas aos inquéritos policiais costumam ser destruídas depois do encerramento dos inquéritos.