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Marcos e Mauro,  presos
em flagrante pela DFR.

Marcos Adriano Abreu, 40 anos, e Mauro Antônio Paixão, 38, foram presos por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos, acusados de aplicar um golpe que poderia render R$ 2 milhões. O estelionato baseava-se na coloração artificial de pedras brancas de diamante.

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Os diamantes coloridos são difíceis de ser encontrados e, por isso, são muito valorizados em sua comercialização.

Os detidos afirmam ser apenas corretores de diamantes e não assumem a adulteração.

O golpe foi descoberto por um empresário curitibano, que lida com a venda de diamantes. Ele adquiriu no mês passado quatro pedras brutas coloridas, no valor de R$ 850 mil. Com as pedras em mãos, o empresário as enviou para a lapidação e, durante esse processo, a fraude foi descoberta. As pedras perderam a coloração, tornando-se incolores (natural), cujo valor de mercado é bem inferior.

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Sentido-se lesada, a vítima procurou o delegado Rubens Recalcatti informando que já havia feito mais uma encomenda de diamantes para os mesmos corretores de jóias. Na última sexta-feira, durante a entrega do pedido, em um hotel central de Curitiba, os indivíduos foram presos em flagrante por investigadores da DFR sob o comando do delegado Gil Tesserolli. As duas pedras trazidas de Minas Gerais seriam vendidas por R$ 1,2 milhão. Como possuíam as mesmas características das anteriores, foi confirmado o golpe.

Recalcatti afirmou que as investigações prosseguem para apurar outros envolvidos no crime. Há possibilidade de participação de uma quadrilha internacional, especializada na venda de diamantes.

Golpe

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Em um processo de coloração, as pedras naturais assumem tons de amarelo, rosa, azul, violeta e marrom.

A coloração é feita num processo conhecido por deposição a vácuo, onde uma pedra natural pode adquirir tonalidades e, conseqüentemente, alcançar valores diferenciados em sua comercialização. A fraude somente é detectada durante a lapidação de uma das faces da pedra, pois o metal depositado para dar cor não é extraído com a utilização de produtos químicos. O que leva os corretores de jóias a aplicar o golpe é o desproporcional valor alcançado por diamantes coloridos, os chamados fancy diamonds, que são raros e considerados relíquias por colecionadores.

Os diamantes são classificados de acordo com quatro critérios: peso, cor, lapidação e pureza.

Em média, o diamante natural é comercializado por US$ 10 mil enquanto um colorido e raro pode alcançar US$ 500 mil.

Laboratórios especializados são requisitados para determinar a veracidade da coloração das pedras de diamante. O Brasil está entre os países que detêm grandes jazidas de diamantes. Os principais produtores de diamantes são a Austrália, Botswana, Zaire, Rússia e África do Sul.