Perde documento e vai parar na cadeia

O simples fato de não ter tomado nenhuma providência quando perdeu sua carteira de identidade há alguns anos, resultou em dias de desespero e amargura para o técnico em refrigeração Sérgio Luiz da Paz, 35 anos, casado, morador no São Lourenço. Seu documento foi encontrado e usado por um assaltante e traficante de drogas, fugitivo da Delegacia de São José dos Pinhais, conhecido como Ederson. Com a fuga, foi expedido um mandado de prisão contra Sérgio Luiz. No último sábado, ao acompanhar a esposa até o 4.º Distrito Policial, para registrar uma queixa contra vizinhos, ele terminou sendo preso. Até hoje está atrás das grades, esperando que a Justiça lhe conceda um alvará de soltura, já que é inocente.

“Ele está sofrendo muito e nossos filhos também”, disse ontem a esposa de Sérgio, Carmem da Paz. Nervosa, a mulher contou que o marido nunca teve qualquer envolvimento com a polícia e agora corre até o risco de perder o emprego por causa desta confusão. Um advogado, amigo da família, está providenciando a papelada para tentar soltá-lo, mas até a noite de ontem a situação continuava a mesma. E foi o próprio advogado quem conseguiu provar que Sérgio nada tem a ver com os crimes praticados por Ederson, juntando documentos que vieram da polícia de Mato Grosso.

Falsidade

Toda a história começou quando Ederson – ninguém soube informar o sobrenome – achou a carteira de identidade de Sérgio Luiz, trocou a fotografia pela sua, e passou a usá-la. Envolvendo-se em alguns crimes, foi preso em São José dos Pinhais e autuado com o nome de Sérgio. Meses depois ele fugiu e como não foi recapturado, a Justiça emitiu um mandado de prisão contra Sérgio.

Ederson, assim que escapou, foi para Mato Grosso e lá também se meteu em encrencas, sendo preso por tráfico de drogas. Interrogado várias vezes, entrou em contradições e acabou revelando a verdadeira identidade, contando inclusive que tinha sido preso no Paraná (em São José dos Pinhais) com o nome de Sérgio. A polícia de Mato Grosso encaminhou documentos para a Justiça do Paraná, revelando que Sérgio era o nome “frio” do criminoso, porém ao que parece, ninguém tomou nenhuma providência para desfazer o engano.

Inocente

Sem saber de nada do que havia ocorrido, Sérgio não suspeitava que ao acompanhar a mulher na delegacia, iria terminar preso. Ocorre que os plantonistas do 4.º DP têm orientação da delegada Sônia Baggio para verificar os antecedentes de todas as pessoas que chegam no plantão, vítimas ou não. Durante a verificação, foi constatado que havia um mandado de prisão contra Sérgio. Ele ficou desesperado, relutou em aceitar, mas acabou indo para a carceragem, sem entender o que estava acontecendo. Somente após os levantamentos feitos pelo advogado é que a situação pôde ser esclarecida, porém ainda não foi resolvida.

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