Paraná ganha banco de DNA de pedófilos

Em menos de 15 dias, quatro crianças foram assassinadas no Paraná. Três com sinais de violência sexual. A primeira das ocorrências, em que foi vítima a estudante Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, 9 anos – encontrada morta, violentada e estrangulada, dentro de uma mala, na Rodoferroviária – ainda está sem solução.

Para combater essa onda de violência infantil, a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) apresentou, na tarde de ontem, o banco de DNA de criminosos pedófilos, que objetiva catalogar os suspeitos quando forem detidos. Se a pessoa voltar a cometer um crime e deixar vestígios, bastará comparar com o material genético arquivado.

Prática semelhante é utilizada pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas, o Sicride, que armazena os nomes dos bandidos mais perigosos em um banco de dados. A Sesp, porém, não apresentou nenhuma estatística ou mostrou resultados positivos obtidos pelo Sicride através deste banco de dados.

Reincidente

Segundo o secretário Luiz Fernando Delazari, a maioria dos pedófilos tem perfil parecido e geralmente reincide no crime, após cumprir pena. E também, na maioria das vezes, são presos depois de abusar de várias crianças.

Silêncio total no caso Rachel

Mara Cornelsen

Ao convocar a imprensa ontem à tarde – para anunciar a criação de um banco de DNA para identificar pedófilos -, o secretário Delazari frustrou a expectativa da imprensa ao não falar sobre as investigações do assassinato da menina Rachel Maria Genofre, morta por um maníaco, no dia 4 deste mês.

As investigações, que estão sendo efetuadas por uma força-tarefa formada por vários órgãos da Polícia Civil, são mantidas em sigilo. Após duas tentativas frustradas de identificar o criminoso – exames de DNA excluíram os suspeitos – nenhuma outra informação sobre o andamento do caso foi divulgada. Rachel foi violentada, estrangulada, recebeu mordidas pelo corpo e foi enrolada em dois lençóis antes de ser colocada em sacos plásticos e dentro de uma mala.

Especialistas em investigações de assassinatos garantem que, quando o crime não é resolvido em 48 horas, cada dia que passa fica mais difícil de esclarecê-lo. A polícia já sabe que está lidando com um criminoso frio, calculista, inteligente, que teve argumentos para se aproximar da menina e atraí-la para a morte.

No entanto, ainda não sabe onde o crime foi cometido nem como o matador chegou na rodoferroviária transportando o corpo em uma mala de viagem. Também há suspeita de que o pedófilo em questão já matou outras crianças e da mesma forma conseguiu ludibriar a polícia, depois de desafiá-la, deixando as vítimas mortas em locais abertos, para que os cadáveres fossem encontrados.

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