Para PF, menor vivia como escrava na casa de empresária

A Polícia Federal, em Goiás, tem provas de que a menina LRS, de 12 anos, vivia na condição de escrava na casa da empresária Silvia Calabresi Lima. Após ouvir 25 testemunhas, o delegado de Defesa Institucional, Raul Alexandre Marques de Souza pretende indiciar a empresária e o marido dela, nos próximos dias, pelo crime de "redução à condição análoga de escrava". Em caso de condenação, o casal poderá cumprir um período de dois a oito anos de reclusão. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Trabalho.

"Há vários indícios e após o levantamento de provas o inquérito será remetido à Justiça Federal", disse o delegado Marques de Souza. A PF de Goiás pretende indiciar o casal no final do mês, após ouvir a empresária que está presa na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia (GO) desde o dia 17 de março. Na ocasião, a Polícia Civil libertou a menina, que estava acorrentada e amordaçada, na casa da empresária.

Nesta segunda-feira (14), a PF ouviu o marido da empresária, o engenheiro civil Marco Antonio Calabresi Lima. Ele negou ter conhecimento dos trabalhos forçados da menina e da jornada extensiva. Ele disse que nada sabia da situação e alegou viajar constantemente a trabalho: "Eu vinha à minha casa a cada 15 dias", disse ao delegado. O filho dele, Tiago, de 24 anos, também alegou desconhecer a situação. Ele garantiu ao delegado da PF que mora na casa da avó paterna, Terezinha, no Centro de Goiânia, desde a infância.

A PF ainda não ouviu a mãe adotiva da empresária, Maria de Lourdes Haddad, de 82 anos de idade. Ela está desaparecida. Viajou para local ignorado, segundo os parentes, após a descoberta do escândalo.

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