Denúncia

Padre é preso por pedofilia em Fazenda Rio Grande

Um ano e sete meses depois de ter sido detido, suspeito de aliciamento de meninos, o padre Vitalino Rodrigues de Lima, 50 anos, foi denunciado pela Promotoria de Justiça da Fazenda Rio Grande.

O documento foi emitido no final da tarde de quinta-feira, e o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria), que investigava o caso, prendeu o acusado na manhã de ontem. O padre foi encaminhado diretamente para o Centro de Triagem II, em Piraquara.

Segundo o Ministério Público, o ele teria obrigado cinco meninos, com idade entre 8 e 12 anos, a praticar atos libidinosos, mediante violência presumida. Um dos casos teria ocorrido dentro do escritório da Igreja Nossa Senhora da Luz, e os demais na casa e em uma chácara de Vitalino.

Depois da primeira denúncia, o padre se mudou do município. Uma testemunha, que não quis se identificar, contou que ele estava morando em uma cidade na divisa com Santa Catarina.

Suspeitas

Em 30 de outubro de 2007, o padre foi detido por um policial militar do serviço reservado do 12.º Batalhão. Ele foi interrogado na delegacia de Fazenda Rio Grande e liberado no fim da tarde. Na hora da prisão, Vitalino estava com dois meninos, de 8 e 12 anos, dentro do carro, em frente a uma panificadora.

No veículo foram encontrados diversos DVDs com teor pornográfico, um notebook com arquivos de imagens de crianças com roupas íntimas e objetos obscenos (como um pequeno padre de madeira que mostra o pênis). Nos dias seguintes, o religioso foi procurado pela reportagem mas havia se refugiado em uma chácara de amigos e não foi mais visto.

Denúncias antigas de vizinhos

O policial militar tinha começado a investigar o padre mais de quatro meses antes de ele ter sido levado à delegacia, em 2007. Embora não estivesse lotado em Fazenda Rio Grande, o PM morava na mesma rua de Vitalino e recebeu denúncias graves sobre ações do religioso.

Segundo ele, as crianças eram convidadas para jogar videogame na casa paroquial, além de outras atitudes que levantaram suspeitas. As crianças contaram que ele costumava andar nu pela casa e teria tentado abraçar e beijar uma delas.

Alguns dias depois, o soldado foi transferido do serviço reservado do 12.º BPM para o Comando do Policiamento da Capital. Na ocasião ele afirmou que havia deixado de ser neutro para ser testemunha do caso.