Padaria estaria usando trabalho escravo

A Vigilância Sanitária fechou ontem uma padaria que funcionava clandestinamente em um casa no bairro Capão Raso, em Curitiba. O dono da padaria, Osvaldo Gutemberg Breda, foi encaminhado para o 8.º Distrito Policial. Ele deve responder inquérito de aliciamento – por trazer trabalhadores de outro Estado – e por trabalho escravo.

Os empregados, nove no total, trabalhavam há um mês em condições precárias de higiene. Dormiam no próprio local de trabalho, sem colchões e até mesmo dentro de um dos fornos da produção. Eles receberam R$ 300 pela produção de pães, bolos e panetones. Mas de acordo com os trabalhadores, o “patrão” descontou do salário deles uma refeição e o preço da passagem do Recife até a capital paranaense.

Quatro empregados vieram de Pernambuco: Dejair Nego, de 27 anos, Clênio de Olanda, 23, Eduardo Gonçalo, 24, e Naílton Jacinto, 18. Segundo os trabalhadores, eles receberam a proposta de emprego através do irmão de Osvaldo, que estava no Recife. “Já estava sem trabalhar há seis meses no Recife e, quando recebi essa proposta, aceitei na hora”, afirmou Dejair. Depois de depor no 8.º Distrito, os trabalhadores de Pernambuco foram encaminhados para a Fundação de Ação Social.

O advogado de Osvaldo também esteve presente do Distrito Policial, mas afirmou que seu cliente nega as acusações. Ele afirmou que as irregularidades se limitavam às reformas que estavam sendo feitas no local.

Alerta

O chefe do Departamento de Vigilância Sanitária, Luiz Yanaguizawa, confirmou que a Vigilância Sanitária vai fazer uma busca nos mercados onde podem ser encontrados os produtos que eram fabricados na padaria clandestina. “Na embalagem dos produtos não aparece endereço nem telefone do local de fabricação, apenas o nome: Nossa Receita”, alertou Yanaguizawa.

Voltar ao topo