Orgias: Valeixo garante investigação transparente

Responsável pelas investigações referentes às denúncias de orgias envolvendo menores em chácaras de Campo Largo – das quais participariam políticos locais, empresários, policiais e até um juiz -, o desembargador Octávio César Valeixo, do Tribunal de Justiça, garantiu ontem (em entrevista à Rádio Paraná Educativa), que não haverá corporativismo na condução dos trabalhos. Tranqüilizando pessoas da comunidade campolarguense, que sugeriram que as investigações poderiam não se levadas com rigor até o final, devido a suspeita de envolvimento de um juíz, Valeixo assegurou que tudo será feito com grande transparência.

“O Judiciário é moderno e vê os fatos de forma bem democrática e de acordo com os interesses da sociedade. Sou completamente destituído de princípios corporativos. Corporativismo é uma chaga da sociedade e a própria sociedade não aceita mais isso”, afirmou o desembargador, que já fez contato informal com o delegado Marcus Michelotto, titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que inicou as investigações, para tomar pé dos fatos, e também já conversou com o promotor de Campo Largo, que acompanhou todos os depoimentos das menores que teriam participado das orgias e citado os nomes dos promotores e participantes das festas.

Providências

Ainda de acordo com o desembargador, foi pedido à Secretaria de Segurança Pública, para que sejam tomadas medidas que garantam a segurança das menores e de seus familiares, para que não sofram nenhum tipo de pressão até serem ouvidas novamente pela Justiça. “Queremos que elas tenham segurança de vida que não ocorra distorção dos fatos em um futuro depoimento. Elas podem sofrer dois tipos de pressão, em desfavor aos acusados no inquérito ou em favor. Para que isso não aconteça, necessitam de proteção”, afirmou o desembargador.

Até meados de dezembro Valeixo pretende terminar as investigações e então remeter os autos para a Procuradoria Geral de Justiça, para análise. No começo da próxima semana – segunda ou terça-feira – os acusados de participar das orgias começarão a ser ouvidos. “Eles deverão explicar porque os nomes deles foram apontados neste caso. Até agora só temos os depoimentos dos denunciantes. Os acusados não foram ouvidos ainda”, lembrou o desembargador.

Caso as garotas que fizeram as denúncias voltem a ser ouvidas e mudem seus depoimentos – algumas já estão com acompanhamento de advogado, embora sejam tratadas como vítimas no caso – Valeixo pretende ir a fundo nas investigações para descobrir o motivo da mudança.

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