Operação apreende mais de 5 toneladas de agrotóxico

A Polícia Federal em Maringá deflagrou hoje a “Operação Dose Única”, que investigou uma quadrilha especializada no contrabando e comercialização ilegal de agrotóxicos.

No decorrer das investigações foram feitas quatro apreensões, num total de
mais de cinco toneladas e meia de agrotóxicos contrabandeados apreendidos. Os trabalhos investigativos foram centralizados no comando do grupo criminoso, tendo sido obtidos indícios robustos contra seus membros.

As ações da quadrilha eram bastante audaciosas: a organização criminosa
internava o produto contrabandeado pela fronteira com o Paraguai e o transportava escondido no meio de cargas lícitas, ou então, contidos em embalagens que indicavam se tratar de outro produto, com o fito de driblar a fiscalização, expondo terceiros a grandes riscos.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Campo Mourão, onde as
investigações se iniciaram. Posteriormente, verificou-se a existência de ramificações na região Oeste do Paraná e na Bahia.

Há previsão do cumprimento de 14 Mandados de Prisão – 3 em Maringá, 6 em
Cascavel, 1 em Foz do Iguaçu, 1 em Guaíra e 3 na Bahia, na região de Luis Eduardo Magalhães.

Foram expedidos também 17 mandados de busca e apreensão (3 em Maringá, 9 em Cascavel, 1 em Guaíra e 4 na Bahia). Na região de Maringá, os mandados serão cumpridos na própria cidade, bem como, em Engenheiro Beltrão e Itambé.

Além do prejuízo causado pelo não pagamento de impostos, os agrotóxicos
contrabandeados podem não ser eficientes no controle de pragas, prejudicando o próprio agricultor. Causam ainda grandes danos à saúde humana e ao meio ambiente, vez que não passam pelos rigorosos testes a que estão sujeitos os produtos legalmente vendidos no País.

Ademais, o transporte deste tipo de produto está submetido a regras rígidas a fim de evitar uma eventual contaminação em caso de sinistros. O seu transporte clandestino, ao contrário, põe em risco a população.

A organização criminosa também causou grandes prejuízos a terceiros, que
tiveram cargas alimentícias inutilizadas por terem tido contato com produtos tóxicos, sem o menor controle sanitário, o que poderia causar graves problemas de saúde aos seus usuários.

Outro grande problema que se tem ao se utilizar tais produtos, é a embalagem.
Os produtos vendidos no País estão submetidos a regras que estabelecem os locais de devolução das embalagens. Já no caso dos produtos contrabandeados, este material acaba sendo descartado de forma irregular, indo parar normalmente em cursos d´água que podem ser até mesmo usados para o abastecimento de cidades.

Os presos serão indiciados por violação aos artigos 334 e 288 do Código Penal,
além do art. 15 da Lei de Agrotóxicos, com penas previstas de 1 a 4 anos de prisão.