Nova droga invade mercado curitibano

Dois meses de diligências por parte do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) resultaram nas prisões de Franco Luiz Romiatto, 28 anos, e Rafael Ângelo Faita, 21, conhecido por “Frango”. André Luiz Lopes da Cruz, o “Feijão”, está foragido. Eles são apontados como responsáveis pela comercialização de entorpecentes em diversos locais freqüentados por jovens das classes média e alta, como bares, boates e até faculdades, de acordo com o delegado Messias da Rosa, responsável pela prisão. Dentre as drogas vendidas pela dupla está a “skunk” – também chamada pela polícia de “clone” – a mais nova sensação entre os usuários. Trata-se de um tipo de maconha modificada geneticamente em laboratório, que potencializa o efeito, tornando mais rapidamente o consumidor em dependente químico. De acordo com o delegado, a nova droga possui maior teor de THC (Tetrahidrocanabinol). “Essa variação faz com que as pessoas se tornem viciadas em um menor tempo de consumo. E aumenta o número de dependentes e, conseqüentemente, a rentabilidade dos traficantes”, informou Messias.

Segundo a polícia, por ser uma droga relativamente nova no mercado curitibano e custar mais caro que a maconha comum, a “Skunk” é dirigida aos usuários de maior poder aquisitivo, das classes média e alta.

Prisão

A partir das investigações foi solicitada à Justiça os mandados de prisão e busca e apreensão nas residências dos suspeitos. No dia 20 de abril, os policiais do Cope foram cumpri-los. Franco foi detido em sua casa no bairro Juvevê e com ele encontradas 68 gramas de maconha, duas “maricas” (cachimbo para usar a droga), papelotes para enrolar maconha, e uma cédula de U$ 100,00 falsificada. Já a prisão de Rafael foi um pouco mais trabalhosa e não surtiu o efeito desejado pelos policiais. Durante a batida no apartamento do suspeito, na Água Verde, ele conseguiu dispensar a droga que estava em seu poder no vaso sanitário. Com Rafael foram apreendidas três cédulas de R$ 50,00 também falsas e fotografias onde ele aparece portando armas e dinheiro.

Com a dupla também foram apreendidos telefones celulares com agendas cheias de nomes e números de usuários. “Nos celulares haviam mensagens solicitando aos traficantes a venda da maconha do tipo clone” , disse Messias. Sobre os usuários que possuem o número cadastrado na agenda dos detidos, o delegado explicou que eles serão chamados ao Cope para prestar esclarecimentos. “Essas ligações telefônicas também comprovam que os rapazes traficavam drogas ao contrário do que eles alegam”, afirmou o policial. Rafael e Franco dizem ser apenas usuários de entorpecentes.

As investigações da Central de Inteligência do Cope monitoraram os passos dos suspeitos nos últimos dois meses. Segundo Messias, a pouca quantidade de entorpecentes apreendida não condiz com a movimentação de venda observadas pelos policiais nas últimas semanas.

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