Nova cadeia começa a funcionar em Ponta Grossa

Com capacidade para 450 presos em regime fechado, a Penitenciária Estadual de Ponta Grossa foi colocada em funcionamento ontem, pelo secretário da Justiça, Aldo Parzianello. A nova unidade prisional deverá receber ainda esta semana 150 detentos que estão recolhidos no Presídio Hildebrando de Souza, que está com sua capacidade muito acima do normal e é palco constante de fugas e tentativas de fuga. Só este mês três túneis foram abertos por presos, que queriam escapar antes da transferência para a nova cadeia. A transferência começou ontem mesmo.

Construída e inaugurada no ano passado, a cadeia dependia da terceirização dos agentes carcerários para operar. A Secretaria da Justiça conseguiu o remanejamento de agentes do quadro de servidores do Departamento Penitenciário e, após 45 dias de treinamento, colocar uma das galerias em atividade. “Os serviços prestados por agentes penitenciários não serão terceirizados”, avisou o secretário, que anunciou ainda a ampliação da penitenciária, que terá uma ala para 80 presos em regime semi-aberto.

Transferência

Pouco depois da abertura oficial, o primeiro grupo de 96 detentos – considerados os mais perigosos – foi levado para a penitenciária. A partir de agora 20 presos por dia serão removidos. Cada cela abrigará quatro detentos, que terão as cabeças raspadas, usarão uniformes e não poderão fumar, assistir televisão ou ouvir rádio. Eles serão vigiados por circuito interno de televisão. Os detentos também não poderão levar pertences pessoais, exceto blusa de frio, pois cada um só receberá uma calça e uma camiseta.

Mais vagas

Dentro de 60 dias o governo do Estado vai disponibilizar mais 430 vagas na Penitenciária Metropolitana do Estado, localizada em Piraquara, que vai resolver, a curto prazo, o problema de superlotação das delegacias de Curitiba. A informação foi dada ontem, na reunião semanal da Operação Mãos Limpas, pelo secretário Aldo Parzianello. O governo também vai abrir em breve uma licitação para adaptações internas nas penitenciárias de Cascavel, Guarapuava e Feminina de Curitiba, que vão resultar em mais 300 vagas no sistema penitenciário do Estado, disse o secretário.

Requião confirmou que vai mandar para a Assembléia Legislativa projeto de lei que cria 1.400 cargos penitenciários, com o objetivo de acabar com a privatização no setor. O governador também anunciou que pretende terceirizar o setor de alimentação nas penitenciárias, com o objetivo de reduzir a tensão dentro do sistema. “A cozinha nos presídios demanda um efetivo muito grande de segurança e é sempre um local que facilita as rebeliões”, argumentou o governador.

Presídio receberá detentos de Curitiba e RM

O delegado-geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, anunciou que a superlotação carcerária nos distritos e delegacias da capital, que tanto preocupa os delegados, pode estar próxima de uma solução. Segundo ele, o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Aldo Parzianello, garantiu a liberação de 100 vagas no Presídio de Ponta Grossa, para presos condenados que ainda estão em distritos ou delegacias.

“O secretário garantiu que dentro de 60 dias, no máximo, outras 450 vagas estarão disponíveis para transferência de presos das delegacias. Com isso, a Polícia Civil poderá respirar mais aliviada e os policiais podem voltar a investigar, sem se ocupar com a guarda dos presos”, esclarece.

Para se ter uma idéia da gravidade da situação, 599 presos lotam os distritos policiais de Curitiba e outros 562 estão nas delegacias da Região Metropolitana de Curitiba. Um total de 1.460 detentos superlotam as delegacias, distritos e especializadas. Os casos mais graves são o 3.º Distrito Policial (Mercês), com 101 presos, onde cabem 44; o 8.º DP (Portão), com 107 e a mesma capacidade do 3.º; o 11.º (CIC), com 109; a Delegacia de Furtos e Roubos, com cerca de 200 detentos, e o Centro de Triagem, que abriga aproximadamente 200.

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