No Pinheirinho, faltam policiais, cresce o medo

O assassinato do cobrador José Rodrigues e o ferimento do vigilante Valderlei Carmo Legari, ambos baleados no Terminal do Pinheirinho na última segunda-feira à noite, não são fatos isolados. Medo e insegurança são sentimentos que sempre acompanham moradores e pessoas que trabalham no bairro Pinheirinho, localizado na zona sul de Curitiba. Invasões a domicílios, assaltos a estabelecimentos comerciais e terminais de ônibus e furtos de pedestres são considerados rotineiros no local.

Há algumas semanas, a dona de casa Reni Terezinha ficou chocada quando ladrões entraram na residência de sua filha, que vive no bairro. “Os bandidos entraram na casa e levaram vários objetos. Até uma das portas internas eles deram um jeito de arrancar e levar embora. Minha filha ficou muito assustada”, conta.

A proprietária de um brechó, Josefina Couto, teve seu estabelecimento invadido na última semana. Os bandidos levaram sua bolsa com todos os documentos, dinheiro e outros pertences. “A situação está terrível. Há muita marginalidade no bairro e algumas pessoas sentem até medo de andar sozinhas pelas ruas”, diz.

É o caso da recepcionista Giovana Cristina dos Santos, que mora e trabalha no bairro. Todos os dias, quando seu expediente termina, ela volta a pé e sozinha para casa. “Por medo de assaltos, o estabelecimento onde eu trabalho fecha as portas antes de escurecer”, relata. “No caminho para casa, procuro andar rápido e tomar muito cuidado com a bolsa e as coisas que carrego. Nunca me aconteceu nada, mas me sinto bastante insegura”.

PM

O comandante da 4.ª Companhia da Polícia Militar, responsável pelos bairros Pinheirinho, Sítio Cercado e Ganchinho, capitão Sérgio Cordeiro de Souza, diz que as ocorrências no Pinheirinho não são maiores do que as verificadas em outras regiões da cidade. Porém, ele aponta um problema bastante evidente na região: falta de efetivo policial. “Trabalhamos com uma rádio-patrulha composta por dez policiais, que se revezam em turnos de 24 horas. O ideal seriam três rádio-patrulhas, com trinta policiais”, afirma. “O governo está fazendo contratações e alguns policiais estão em fase de formação. Acredito que, até o final do ano, nosso efetivo aumente”.

Voltar ao topo