Nenhuma pista do atentado a vereador

O estado de saúde do presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Adilson Rabelo (PSB), ainda é grave. Respirando por aparelhos, o vereador, que segunda-feira foi atingido com dois tiros na cabeça, continua internado na unidade de terapia intensiva da Santa Casa Monsenhor Guilherme, em Foz. As investigações continuam, mas os dois homens que estavam na moto de onde vieram os disparos contra Rabelo ainda não foram identificados. O delegado-adjunto da Delegacia de Foz, Walter Oliveira, não confirmou a hipótese de crime político. Todavia, mandou quebrar o sigilo telefônico do celular do vereador, encontrado no carro onde aconteceu a tentativa de homicídio.

Oliveira contou que uma recepcionista da Câmara também teve seu depoimento colhido. “Quinze minutos após o acontecido, alguém, anonimamente ligou para a Câmara fazendo ameaças e dizendo que o próximo seria o vereador Dilto Vitorassi (PT), ex-presidente da casa. Pedimos o rastreamento dessa ligação”, disse Oliveira, destacando que segundo a recepcionista, ouvia-se barulho de carro no telefone, o que pode sugerir que a ligação foi feita de um telefone público.

Político?

Setores do PT e do PSB de Foz estão levantando a possibilidade de que o crime tenha sido cometido por motivos políticos. O deputado estadual Reni Pereira (PSB) propôs que a Assembléia Legislativa solicite o acompanhamento do Ministério Público Estadual nas investigações. André Aliana, membro da executiva estadual do PT, contou que o grupo de Vitorassi e Rabelo vem tendo desentendimentos com o grupo político, do prefeito de Foz, Samis da Silva (PMDB), desde a eleição para a presidência da Câmara. “Fomos até a superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná, pedir auxílio nas investigações. Pois se realmente for um crime político quem deve investigar é a PF”, contou Aliana, destacando que Vitorassi é um forte nome para se candidatar à prefeito de Foz.

O vereador Vitorassi foi menos incisivo. Ele não confirmou sua candidatura, muito menos a situação de oposição a Samis da Silva. “Tenho uma posição independente. Se o proposto é bom para cidade tenho votado com o prefeito, mas não posso deixar de cobrar um maior avanço em Foz, que desde 85 é governada praticamente pela mesma família”, disparou o vereador. Quanto às ameaças, ele disse não estar muito preocupado. “Não vão me intimidar”, respondeu.

Na segunda-feira, quando soube do atentado, o governador Roberto Requião (PMDB) descartou de imediato a possibilidade de crime político. Outra possibilidade de investigação está relacionada ao fato do irmão de Rabelo, Domilson José Rabelo, ter ligações com o crime organizado e estar preso, desde dezembro de 98, por tráfico de drogas, na Prisão Provisória de Curitiba.

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