Falta de estrutura

Músico morre por falta de leitos em hospitais da capital

Morreu ontem à tarde, no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, o músico Emerson Antoniacomi, mais uma vítima da falta de estrutura na saúde de Curitiba. Família e amigos aguardavam por um leito em algum hospital da capital desde a terça-feira, quando o músico teve a ruptura de aneurisma cerebral. O paciente foi atendido por uma unidade do Samu, recebeu as primeiras medidas de suporte avançado de vida, e foi encaminhado para o Centro Municipal de Urgência Médica (CMUM) do Boa Vista.

Matheos Chomatas, assessor especial de gestão da prefeitura, justifica que se tratava de um caso que necessitava de atendimento neurológico e de um corpo clínico especializado, por isso, ele não poderia ser internado em qualquer hospital. Segundo Chomatas, Emerson foi primeiramente encaminhado para o Hospital de Clínicas da capital onde foi submetido à tomografia para melhor diagnóstico, mas por falta de leito, teve que voltar para o CMUM do Boa Vista, onde foi mantido em coma induzido.

Particular

O surgimento de um leito em hospital particular só surgiu na noite de quarta-feira, no Hospital Vita, e mesmo com o esforço dos amigos para arrecadar o dinheiro para a internação, ele perdeu a vaga. O paciente só conseguiu o leito no Hospital Angelina Caron na manhã de ontem.

Emerson Antoniacomi era baixista, guitarrista, compositor e arranjador. Desde 1998 trabalhava em produção musical com bandas e artistas, como Camarada Zó, Homem Canibal, Regra 4, Vadeco e os astronautas, Los Bonecos, Djambi, Makoto, Namastê, Anderson Lima, Diana Daniel, Sinfonética Comunitária Flutuante, Leandro Bandeira, Orobó, Clarissa Bruns, Lilith, Fábrica de Dragões e Arma de Jah.