Mulher mata namorado com tiro na cabeça

“Você não vai mentir pra mim nunca mais” foi a última frase dita por Marli Aparecida, uma mulher de meia-idade, ao namorado Alex Xavier Benthien, 31 anos, antes de dar um tiro na cabeça dele, no início da tarde de ontem, no Bairro Alto. Os dois eram professores de dança e tinham um relacionamento conturbado. Ontem, Marli pediu para a filha se trancar no quarto e decidiu dar fim à relação. Ela fugiu deixando a arma em casa.

O irmão da vítima contou que Alex morava com os pais e era uma pessoa fechada. Não costumava comentar sobre o relacionamento que mantinha com Marli há cerca de um ano, quando se conheceram num baile dançante. “Os dois davam aula juntos e começaram a se relacionar. Ele nunca falava muito do relacionamento para não causar problema”, comentou Alair.

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Almoço

Pouco depois do meio-dia de ontem, Alex foi até a casa de Marli – que fica num terreno com outras quatro casas na Rua Rio Araguari, Jardim Curitiba -levando um filme para ela. “Ele disse que voltaria a tempo de almoçar com a gente. Como demorou para voltar, ficamos preocupados”, relatou o rapaz. Cerca de uma hora depois, os parentes foram avisados da tragédia por um rapaz que trabalhava com Alex.

De acordo com o tenente Moser, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, quando Alex chegou em sua casa, Marli pediu para a filha ficar no quarto para que os dois pudessem conversar. Em seguida, a mulher pegou o revólver calibre 38 e atirou na cabeça do namorado, que caiu no chão na entrada do cômodo. “Há informações que eles discutiam com frequência, mas ainda não sabemos por que motivo”, informou o tenente. A última frase dita a Alex foi ouvida do quarto, pela filha de Marli.

Arma

O revólver, segundo o tenente, está em nome de um juiz já falecido e ainda não se sabe como Marli conseguiu a arma, que tinha quatro munições intactas e uma deflagrada. Até o final da tarde, a mulher – que também trabalhava com o diarista – não havia sido presa. “Ela matou uma pessoa cristã. Vai ter que pagar em vida”, lamentou Carlos, pai de Alex. Investigadores da Delegacia de Homicídios estiveram no local do crime, porém, como a autoria era conhecida, o caso foi repassado ao 5.º Distrito Policial (Bacacheri), que atende a região.