Mulher e menino executados

Sandra Maria Leal da Cruz, 54 anos, e Roberto Pereira da Silva, o “Betinho”, 14, foram executados às 21h de quarta-feira na Rua Sérgio Dudeck, Vila das Torres. O motivo, de acordo com a polícia, é vingança.

“Os autores são dois homens e uma mulher, que já estão identificados e queriam vingar o assassinato do mecânico Edilson Ozório de Campos, 34, ocorrido na sexta-feira”, informou o delegado Antônio Simião, da Delegacia de Homicídios. O mecânico foi morto com um tiro na barriga no quintal da casa de Sandra, durante uma briga familiar.

Ele apurou que a família de Edilson ameaçou matar toda a família de sua amásia Luciana Leal da Cruz, 28. A primeira vítima, seria a cunhada do mecânico, Clarice Leal da Cruz, 21, autora do disparo que tirou a vida de Edilson, mas a garota conseguiu escapar. A mãe dela, Sandra, não teve a mesma sorte. Os criminosos, que estariam encapuzados, invadiram a casa número 35 e acertaram seis tiros em Sandra, que estava na cozinha da residência. Depois saíram trás do garoto e de Clarice. A moça fugiu, mas Roberto, que correu para buscar refugio dentro de um bar, a poucos metros da moradia, foi apanhado pelos criminosos. O garoto caiu morto logo que entrou no estabelecimento. Foram cinco tiros: quatro no peito e um nas costas. Em seguida, os assassinos fugiram em um veículo escuro, descrito como um Hiunday ou Versalles.

Ameaças

No sábado pela manhã, Sandra e Luciana estiveram no Instituto Médico Legal tentando liberar o corpo de Edilson. Luciana contou que na noite de sexta-feira, Edilson a levou na casa da mãe para buscar um secador de cabelos. Estava tudo bem, mas de repente o amásio começou a xingá-la e agredi-la com socos e chutes. Sandra tentou intervir a favor da filha e também foi agredida. A Polícia Militar foi acionada e esteve no local, mas quando chegou o mecânico já havia deixado a casa da sogra. Eles fizeram buscas pelo bairro, mas não localizaram Edilson. Assim que a viatura deixou o local, ele voltou, mas desta vez armado. O mecânico voltou a espancar a amásia, com quem convivia há 14 anos e tinha cinco filhas, e a jogou no chão. Desesperada, Sandra tentou conter o genro, mas também foi espancada. Vendo a confusão e temendo que sua irmã fosse assassinada, Clarice lutou com o cunhado, tentando tomar a arma. Durante a confusão, um disparo atingiu a barriga do mecânico. Ele chegou a ser socorrido pelo Siate e levado ao Hospital Cajuru, mas não resistiu.

Luciana e Sandra denunciaram que Edilson e a irmã dele, chamada Néia estavam envolvidos com drogas. A moça declarou que temia por sua vida e de sua família: “Querem me matar porque acham que fui eu, mas não tenho culpa. Se minha irmã atirou foi para se defender”, desabafou.

Sandra disse que após a morte do genro, familiares dele jogaram uma tocha de fogo no Fiat Uno, que pertencia ao mecânico. “Tentaram atear fogo na casa da minha filha. Eles não vão sossegar enquanto não matar a gente”, previa Sandra no sábado, sem saber quem seria a próxima vítima.

Investigações

O delegado Antônio Simião disse que identificou os autores. A moça é “Néia”, o outro é um cunhado dela chamado Ronaldo e o terceiro tem o apelido de Nenezão. Precisamos trabalhar rápido para colocar este pessoal atrás das grades, antes que tirem a vida de mais alguém”, salientou o policial.

Quanto ao garoto, ele disse que surgiram comentários que Roberto estaria na casa de Sandra na noite de sexta-feira, quando Edilson foi morto e teria ajudado Clarice a tomar a arma do mecânico. “Não temos certeza disso. Vamos ouvir as testemunhas nas próximas horas”, ressaltou o delegado. Ele disse que outra hipótese é que Roberto foi morto porque estava no local do crime.

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