A prefeitura cumpriu, na manhã de ontem, a ordem de despejo de uma residência na Vila Formosa. A casa era habitada por Enoeni Elói de Andrade, 70 anos, que há mais de 30 morava no local. O impasse se desenrolava desde 1996, quando passou a transcorrer na Justiça uma ação reivindicatória de posse.
A ação causou comoção, pois a idosa tem como renda apenas a pensão do marido e cria um neto menor de idade. Além disso, ela foi para a casa de sua filha em um local com piores condições de onde morava, enquanto seus móveis foram encaminhados a um depósito da prefeitura. “Há 16 anos estava tudo parado, pois a situação foi causada a partir de uma discussão com o prefeito da época. Conversamos diversas vezes com o município e nunca quiseram cumprir a reintegração”, afirma a advogada Ana Célia Lourenção.
Outras
De acordo com ela, outras famílias residem na mesma área, porém, nenhuma com pedido de reintegração de posse. “Tentamos de todas as maneiras evitar o despejo. Vamos conseguir atenção do município para este caso e que a vergonha faça o prefeito tomar uma atitude”.
Em nota, a Procuradoria do Município informou que o imóvel fica em área de preservação ambiental ocupada irregularmente. O documento alega que, desde o início da ação, em 1996, foram realizadas tentativas para que o terreno fosse desocupado espontaneamente além da possibilidade de inscrição no programa habitacional do município e auxílio-moradia temporário. “Todas as propostas foram recusadas pelos ocupantes do imóvel”, diz.