Mulher acusada de matar os pais vai a julgamento

Será julgada amanhã, na 1.ª Vara do Tribunal do Júri, Sônia Maria Prosdócimo, 61 anos, apontada como autora de um dos crimes mais crueis ocorrido no Paraná. Em companhia do filho, na época com 34 anos, ela matou o pai e a mãe com requintes de crueldade. O fato, que revoltou até os policiais, ocorreu em dezembro de 2005. Sonia e o filho – Márcio Zeni Prosdócimo – confessaram ter assassinado Arnaldo Zeni, 86 anos, e a mulher dele, Irmgardt Odette Bernert Zeni, 78. Ambos foram presos e Márcio, no mesmo mês, quando ainda estava recolhido no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), morreu vítima de problemas no pulmão. A mulher continua recolhida na Penitenciária Feminina, em Piraquara.

O advogado Dálio Zippin Filho, defensor de Sônia, disse que ela irá confessar novamente como arquitetou e executou a morte dos pais, como fez em seu interrogatório policial e judicial. Já o promotor Cássio Roberto Chastalo, conforme pauta do Tribunal do Júri, deverá pedir a condenação da ré por homicídio cometido por motivo torpe, com emprego de asfixia e à traição. O julgamento será presidido pelo juiz designado Daniel Ribeiro Surdi de Avelar e promete chamar a atenção de muitos curiosos.

Mortes

No dia 16 de dezembro de 2005, Sônia e Márcio foram acusados de se unir para executarem um plano maquiavélico: assassinar Arnaldo e Irmgardt. O motivo do crime, conforme divulgado na época, não era herança ou dinheiro. Mãe e filho alegaram que não suportavam o autoritarismo dos idosos, que não os deixavam viver a própria vida. O duplo homicídio aconteceu na Rua Hildebrando de Araújo, 429, Jardim Botânico.

Segundo a polícia na época, a trama iniciou por volta das 2h30 daquela sexta-feira. Mãe e filho, moradores do mesmo terreno que os idosos, apanharam uma cópia da chave e entraram na casa deles, levando um par de meias, um pedaço de fio de luz e um transformador de 220 volts. Já no quarto do casal, Márcio teria segurado o avô, colocado as meias na boca dele e apertado o nariz, tentando também sufocá-lo com um travesseiro. Arnaldo acordou, se debateu tentando se livrar, mas morreu. Enquanto isso, Sônia segurou a mãe, que acordou com o tumulto, e Márcio tentou assassiná-la dando choques com um equipamento de segurança usado para este fim. Sem resultado, ele apanhou o fio de luz, amarrou no tornozelo da anciã e ligou no transformador, dando descargas elétricas por duas horas. Como ela não morreu, o neto tentou sufocá-la com um cobertor, mas não obteve sucesso. Então, ele e Sônia resolveram embalar a cabeça da anciã com um rolo de papel filme (plástico), matando-a sufocada.

Depois limparam o sangue e tentaram simular que os idosos morreram de causas naturais, mas foram desmascarados por peritos do Instituto de Criminalística, e presos pela polícia.