Motorista de juiz federal assume autoria de atentado

O motorista Adriano Roberto Vieira, de 28 anos, foi preso e assumiu ter atirado contra a casa do juiz federal Luiz Carlos Canalli, em Umuarama, no oeste do estado. O incidente ocorreu em uma sexta-feira, no dia 19 de setembro, quando vários disparos foram dados contra a casa e o carro do juiz durante a madrugada. Ninguém se feriu, no entanto, o fato chamou bastante atenção, já que cerca de sete meses antes, outro juiz federal da região, Jail Benites de Azambuja, sofreu um atentado semelhante.

O fato é que Adriano, o motorista, trabalha para o juiz Azambuja e confessou que, freqüentemente, pegava armas de fogo na casa do seu patrão. Porém, afirmou que a arma usada no dia do atentado era uma pistola 380, que ele próprio havia comprado no Paraguai. No momento da prisão Adriano portava um revólver 38 que, por coincidência ou não, era do juiz Azambuja.

Sobre o ocorrido em si, o motorista disse que jamais recebeu qualquer ordem de seu chefe para executar a tarefa. Disse, inclusive, que foi repreendido pelo mesmo quando lhe contou o que havia feito. Segundo o autor dos disparos, ele tomou tal decisão ao sair de uma boate embriagado e, na empolgação, se dirigiu até o alvo. Para a polícia, ele contou que no momento do crime ele estava conduzindo uma motocicleta. Mas câmeras instaladas na vizinhança ajudaram a identificar que Adriano conduzia um carro.

Reviravolta

O juiz federal Jail Benites de Azambuja também foi preso no último sábado (27) por suspeita de ter sido o mandante do atentado contra o colega Luiz Carlos Canalli e também por ter forjado o atentado contra si, ocorrido no dia 28 de fevereiro deste ano. O caso vinha sendo investigado pela polícia local que prendeu patrão e empregado.

Os advogados de defesa do juiz, no entanto, estão trabalhando com a alegação de que o atentado não foi premeditado por Azambuja e que a decisão foi tomada por Adriano de forma independente. O juiz Canalli ainda não se pronunciou sobre o caso.