O pedreiro Anilson Cordeiro, 27 anos, foi morto com vários tiros por policiais militares da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), às 23h de sexta-feira, em sua casa, no Jardim Guarituba, em Piraquara. A PM informou que a morte ocorreu durante um confronto. Já amigos e parentes do morto afirmaram que a casa dele foi invadida pelos policiais.
Amigos do pedreiro garantiram que ele estava dormindo com sua amásia, em casa, quando os policiais bateram na porta e ordenaram que a abrissem. Segundo a mulher de Anilson – Nelsa Barbosa, 42 – seu amásio pensou que se tratava de marginais, porque os policiais não se identificaram. Ele apanhou a arma, um revólver calibre 38, e disparou dois tiros, sem saber quem estava do outro lado. Os policiais teriam então arrombado a porta e invadido a residência. Assustada Neusa correu para o banheiro e encostou a porta, já que não havia chaves por dentro, só uma tranca do lado de fora. Os PMs teriam trancado a porta.
Deitado no chão
Quando Anilson viu que se tratava de policiais militares teria se entregado e deitado no chão, sendo atingido pelos tiros. “O chão está perfurado pelas balas. Ele se entregou e foi morto. O portão estava arrebentado”, afirmou um amigo da família, que prefere não ser identificado. “A Neusa ainda ouviu o último suspiro de Anilson. Quando os policiais abriram a porta do banheiro, já o tinham retirado do local. O Anilson estava morto, mas o levaram para o hospital”, acrescentou. Segundo informações de parentes, Anilson não tinha passagens pela polícia. “Ele estava com a marmita pronta, pois iria trabalhar no sábado de manhã”, lamentou o familiar.
A versão dada pela polícia é diferente. De acordo com nota divulgada pela sala de imprensa da PM, os policiais das viaturas 4528 e 4612, da Rone, estavam em patrulhamento pela rua, quando viram três homens. Eles tentaram fazer a abordagem, os indivíduos atiraram contra os policiais e fugiram. Um deles, Anilson, entrou na residência, que foi cercada. Houve uma nova troca de tiros e Anilson foi morto.