Uma família marcada pela tragédia perdeu mais um membro na madrugada de ontem. Vítima de golpes de facão no pescoço, Márcio da Silva de Oliveira, 29 anos, foi encontrado morto à beira da Rua Maceió, Vila Camargo, Cajuru, às 8h30. Um antigo desafeto é o suspeito de ter matado o desempregado, que já tinha perdido o pai e a mãe de forma violenta.
Segundo o tio da vítima, Abrahão Tomás da Silva, 40 anos, Márcio bebia bastante, era viciado em crack e teve algumas passagens na polícia por furto – a única como maior de idade foi em Ipanema, Litoral do Estado. No sábado, o desempregado passou na serralheria no tio para tentar consertar uma panela e dali em diante não foi mais visto pela família. “Ele morava com os irmãos, que não souberam onde andou”, contou Abrahão. Mais tarde, descobriu-se que Márcio estivera bebendo à noite, num bar distante uma quadra do local do crime.
Márcio se aquecia na rua quando foi morto – ele fez uma fogueira e tinha os pés enrolados por um cobertor. “Ele andava com desocupados da região. Pode ter sido morto por um deles, numa discussão banal”, supôs o soldado Cruz, que atendeu o caso com o colega Cláudio, do Regimento de Polícia Montada.
Outra hipótese foi levantada por investigadores da Delegacia de Homicídios. Há algum tempo, Márcio e outro homem brigaram e os dois foram parar no hospital. “Este inimigo teria prometido vingança”, falou o policial José Luiz.
Márcio teve fim semelhante ao do pai, Irineu, assassinado num bar há 14 anos, também no Cajuru. “Tinha mais de 30 pessoas no boteco, mas ninguém disse quem matou Irineu. O caso foi arquivado”, lembra Abrahão. A mãe de Márcio, Abélia, morreu há sete anos, num acidente com a moto que ocupava e um caminhão.