Mais de dois meses depois de a polícia ter desmantelado a quadrilha, acusada de assassinar várias pessoas na região de Almirante Tamandaré, dois dos acusados continuam soltos. Ananias de Oliveira Camargo e um homem chamado Brunelo tiveram suas prisões decretadas pela Justiça, mas continuam circulando pela região. Ananias também é acusado de ser o autor do assassinato de Alceu Rodrigues, o B.A. (também acusado de integrar o grupo). Há uma semana, Ananias foi visto na Festa da Poncã, realizada na noite do último dia 23, na Estrada das Pombas, em Itaperuçu. De acordo com moradores, ele se divertia, sem medo de ser reconhecido e sem se preocupar com as viaturas e policiais militares que estavam lá para garantir a segurança das pessoas.

A equipe da delegada Vanessa Alice, designada para investigar a morte de 20 mulheres, ocorridas na região, foi quem apurou que Ananias era o autor do assassinato de B.A.. “Apesar de o Ananias estar envolvido na morte das mulheres, eu repassei as informações colhidas em depoimentos para a Delegacia de Homicídios, que solicitou à Justiça a prisão temporária”, informou a policial, que continua investigando os casos. Vanessa explicou que apesar de B.A. estar envolvido diretamente no assassinato das mulheres, a execução ocorreu às margens da BR-277, mais precisamente no quilometro 81, no Cajuru. Por esse motivo ficou a cargo da Delegacia de Homicídios.

Ao receber a informação que Ananias continua circulando por Itaperuçu, ela prometeu tomar providências. “Como ele está envolvido na morte das mulheres, nada impede que a minha equipe trabalhe para prendê-lo”, frisou.

O delegado Agenor Salgado, titular da DH e responsável pelas investigações da morte de B.A., disse que os investigadores continuam trabalhando para prender Ananias, mas até agora não obtiveram êxito. Ele disse que precisa da ajuda da população para resolver o caso.

Execução

Na noite daquela quinta-feira, por volta das 20h, Alceu Rodrigues teria ido até um telefone público, de onde teria ligado para Ananias, marcando o local de sua morte no quilômetro 81 da BR-277. O local, escuro e sem casas por perto, era perfeito para um fugitivo, já que B.A. estava com mandado de prisão decretadas por envolvimento na morte das mulheres. Ele retornou para casa de sua amante, tomou banho, se arrumou e colocou um boné para disfarçar. Depois se despediu dizendo que se encontraria com Ananias, que lhe emprestaria R$ 100,00. O dinheiro seria usado para a compra da passagem de ônibus, com destino a Engenheiro Beltrão, onde pretendia contratar um advogado. Sem saber que tinha marcado o encontro com a morte ele partiu. Com dois tiros na cabeça, tombou morto ao lado da lata de cerveja, que bebia no caminho. No dia seguinte, a equipe da delegada Vanessa localizou a amante de B.A., que contou o nome da pessoa com quem ele iria se encontrar.

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