Morte de Giovanna ainda sem solução

Há dois meses os moradores do município de Quatro Barras vivem assombrados pela crueldade cometida contra a pequena Giovanna dos Reis Costa, 9 anos. A menina foi espancada, violentada sexualmente e jogada nua em um terreno baldio. Os assassinos continuam soltos; a família ainda amarga a dor da saudade, e a população, temerosa de que o crime se repita, exige justiça.

Giovanna desapareceu no dia 10 de abril, quando saiu de casa para vender rifas de Páscoa. Os pais, amigos e a polícia iniciaram as buscas, mas dois dias depois, o desaparecimento teve o trágico desfecho. Desde então, as crianças do município, que eram sempre vistas brincando nas ruas, estão reclusas nos quintais. Os pais proibiram os filhos de voltar sozinhos da escola, com medo de que o assassino, que continua solto, aja mais uma vez.

Para exigir mais segurança, no próximo dia 21 os moradores preparam uma manifestação em frente ao único sinaleiro da cidade. "Todos estão muito apreensivos. Sabemos que a Giovanna não voltará, mas não podemos esquecer que existem outras "Giovannas" na cidade e que essa barbaridade pode acontecer de novo", disse Albani Costa Cordeiro, 44, tia da menina.

Investigações

Cinco dias depois do crime, a delegada Margaret Alferes Mota, que conduz as investigações, encontrou as roupas da criança jogadas em um terreno baldio, ao lado da casa da família Petrovich, de ciganos. Vera Petrovich e o filho dela, Pero, foram tidos como principais suspeitos e começaram a ser investigados. Foram feitas buscas nas casas que a família possui em Curitiba e materiais foram encaminhados à perícia. Alguns laudos apresentaram resultados inconclusivos, e outros a delegada mantém em sigilo. Um envelope com o nome da menina foi encontrado na casa da filha de Vera, na Rua Riachuelo. Entretanto, ela argumenta que sua filha apenas o anotou para procurar mais informações sobre o caso pela internet. Pero chegou a ser preso por uso de documento falso, mas foi libertado. Mediante tantas dúvidas quanto a participação da família no crime, na última semana a delegada ouviu mais um parente dos ciganos, o que reforçou as suspeitas contra eles. "Não posso falar sobre o caso porque o inquérito está em segredo de Justiça, mas posso garantir que em breve teremos uma resposta para esse crime. Moro em Quatro Barras, e não só como delegada, mas também como cidadã, quero solucionar este caso", finalizou Margaret.

Mais dois mistérios

Além de Giovanna, outras duas meninas foram cruelmente assassinadas, e os autores dos crimes continuam impunes. Investigações foram feitas, mas meses depois dos assassinatos a polícia ainda não conseguiu provas para incriminar os suspeitos. No dia 12 de dezembro do ano passado, Jaqueline Veslei de Lima, 10 anos, foi encontrada morta em um matagal, em Fazenda Rio Grande, com uma faca cravada na barriga. Em 14 de março deste ano, o corpo de Duilly Cristina Ribeiro, 13, também foi achado em um matagal, no Tatuquara. Ela estava nua e tinha os braços amarrados para trás com o próprio sutiã.

Jaqueline tinha um corte profundo no peito, próximo ao coração, e a faca de cozinha foi deixada cravada em seu corpo. A criança estava nua, mas exames descartaram abuso sexual. Seis meses se passaram e até agora a delegacia de Fazenda Rio Grande não prendeu o assassino. Segundo os investigadores, mais de 30 pessoas já foram ouvidas, mas não há pistas do motivo ou da autoria do crime. Os policiais avaliam o caso como muito difícil. Na ocasião, o tio da garota foi tido como suspeito, pois sua cueca foi encontrada próximo ao corpo dela. A roupa íntima foi levada à perícia, mas nenhum indício de sangue ou sêmen foi encontrado na cueca.

Outro

Duilly foi encontrada morta em um bosque que é utilizado como passagem por moradores. A calça jeans da adolescente foi usada para seu estrangulamento e também para amarrá-la em uma árvore. O par de tênis da vítima, as meias e uma pequena blusa estavam jogados ao lado do corpo. A polícia apurou o nome de alguns suspeitos e o caso, que estava sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, passou a ser conduzido pelo delegado Irineu Portes, do 13.º Distrito. Do corpo da jovem foram coletadas amostras de sêmen, que estão sendo analisadas no Laboratório de Genética Molecular Forense, do Instituto de Criminalística.

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