Morte de bicheiro ainda investigada

Quase três anos depois da morte do bicheiro Almir José Hladkyi Solarewicz somente um dos autores do crime está preso. Os outros acusados foram indiciados em um outro inquérito policial, mas até hoje não foram denunciados pelo Ministério Público nem suas prisões solicitadas à Justiça. Enquanto isso, a família do bicheiro continua sendo ameaçada pelos “supostos” mandantes do crime, que nem foram citados no inquérito que deveria apurar a morte do bicheiro.

No dia 20 de setembro de 2000, quando Almir foi assassinado, às 19h45, em frente a sua casa, na Rua Euzébio da Motta, no Juvevê, já se comentava que os autores eram dois homens e um terceiro teria dado fuga aos matadores. Porém, as investigações desenvolvidas pela Delegacia de Homicídios, na época, apuraram somente que o autor do crime seria Otaviano Sérgio Carvalho Macedo, 46 anos, mais conhecido como “Serginho”, que foi preso pouco depois e o inquérito dado por encerrado. Sem ao mesmo contestar quem era o outro homem envolvido na trama.

Até hoje, o inquérito que tramita na 5.ª Vara Criminal aponta como “Serginhos” como único autor do crime. Atualmente ele está recolhido na Prisão Provisória de Curitiba, no Ahú.

Outro

Em maio do ano passado, as investigações sobre o caso foram retomadas pela polícia por acaso. O delegado Gerson Machado, na época lotado no 6.º Distrito Policial (Cajuru) iniciou uma investigação sobre notas frias, que acabou “batendo” na máfia do jogo do bicho do Paraná. Em pouco tempo a equipe de investigação do delegado apurou que o outro matador seria o ex-policial militar Manfredo Mondragon Estrada, 34, que tem em seu “currículo” os crimes de extorsão e tentativa de homicídio, mas continua livre. O mesmo trabalho aponta que os mandantes do crime seriam os “bicheiros” Fúlvio Martins Pinto, 59, e Francisco de Paula de Castro Feitosa, 58. O motivo, de acordo com o relato dos policiais envolvidos na investigação, seria que os “bicheiros” do Paraná teriam montado uma cooperativa para fortalecer o jogo no Estado. Pouco tempo depois, Almir teria vendido sua parte aos sócios e começado no ramo dos caça-níqueis que “tomaram” parte da freguesia do bicho no Paraná. Ainda de acordo com a polícia e denúncias da própria família de Almir, quando perceberam que as máquinas de caça-níqueis seria o grande negócio do momento, Fulvio e Feitosa teriam tentado uma espécie de sociedade com Almir, que negou a proposta e por este motivo teria sido executado.

Este inquérito também tramita pela 5.ª Vara Criminal e está em fase de apreciação do Ministério Público, que estuda se oferecerá denúncia ou não, contra os acusados na morte do “bicheiro” Almir.

Ameaças

O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende a família de Almir, disse que a família foi e continua sendo ameaçada depois das declarações bombásticas feitas à imprensa e a polícia, no ano passado, enquanto os acusados continuam livres. “Eles são ameaçados até hoje. Em julho foi ouvida a última testemunha de defesa. Esperamos que isto acabe logo para que a família do Almir possa voltar a ter uma vida normal. Enquanto isto eles é que estão escondidos, para proteger suas vidas”, comentou o defensor.

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