Uma família de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, passa por momentos de grande tristeza e agonia desde a morte de um bebê de seis meses. O acidente aconteceu na quarta-feira (4) dentro da casa da babá que cuidava de João Miguel Martins da Costa durante o dia. Segundo as primeiras informações, o menino teria morrido engasgado, enquanto supostamente dormia. Mas a certidão de óbito afirma que o bebê morreu sufocado.

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Segundo relatos da mãe, Adamaris Martins, a babá do menino saiu de casa, por volta das 18h, e pediu para que três garotas cuidassem do menino. “Mas as orientou a não mexer nele. Falou para que o deixassem quietinho, porque ele estava dormindo”, contou. 

Algum tempo depois, uma das meninas estranhou que João não acordava e, ao mexer no bebê, viu que ele estava gelado, roxo e com algo saindo pela boca. “Foi então que elas correram pedir socorro, mas já era tarde”, lamentou. Socorristas do Siate chegaram a tentar reanimar o bebê, mas sem sucesso, pois segundo suspeitas, ele já estava morto há pelo menos três horas do horário do socorro.

Suspeitas

Depois que a morte do garoto foi confirmada, muitas suspeitas começaram a surgir, a começar com a de que ele poderia ter se afogado com leite. Apesar disso, mãe, familiares e amigos começaram a desconfiar de que a babá poderia estar envolvida na morte da criança. “Isso porque os socorristas tentaram sugar o possível leite que tivesse feito ele se engasgar e não encontraram nada. Não havia nenhum indício de afogamento”, explicou a mãe.

Nesta sexta-feira (6), em busca de informações e até mesmo de tentar entender o que havia acontecido, a mãe foi atrás da babá para conversar, mas ela não foi encontrada. “O filho e o marido dela nos disseram que ela foi atrás de um advogado”.

Ao saber da informação, a suspeita aumentou ainda mais. A mãe foi até uma delegacia em Curitiba e lá os policiais a forneceram uma cópia da certidão de óbito. “Foi aí que veio o susto para nós, porque até então achávamos que teria sido um acidente, mas a certidão diz que ele foi sufocado, que ele morreu por asfixia mecânica. Alguém pode ter provocado isso”, disse Adamaris.

Adamaris mostra certidão de óbito em que diz que filho foi morto por sufocamento. Foto: Lineu Filho.

A babá não atende o telefone. Ela também não quer falar com os familiares. “Isso nos causa muita estranheza, porque não estamos dizendo que foi ela, mas ela fugir da gente nos mostra que tem pelo menos alguma responsabilidade no que aconteceu”.

Antes de ser encaminhado ao Instituto Médico-Legal, que é quem deve afirmar o que de fato aconteceu, João Miguel foi levado à Unidade de Pronto Atendimento de Almirante Tamandaré.

Para que os tramites de liberação do corpo fossem feitos, Adamaris fez boletim de ocorrência na delegacia do município, mas contou que lá foi mal atendida. “Fizeram pouco caso da gente e nem, sequer, chamaram a babá para ser ouvida. Temos a sensação de que nem vão investigar o que aconteceu”, lamentou.

A mãe pretende levar o caso a frente e quer justiça. Ela deve procurar, nos próximos dias, o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) de Curitiba e também o Ministério Público.

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