Morte chega aos 15 anos

Ronaldo Afonso Siqueira Martins, 15 anos, teve poucos dias para curtir a sensação de se tornar pai. Na manhã de ontem, após deixar o filho – de apenas 21 dias – na Unidade de Saúde de Borda do Campo, em São José dos Pinhais, juntamente com a mulher, uma garota de 14 anos, o adolescente foi executado a tiros. Ronaldo ainda foi socorrido na unidade médica, mas não resistiu. Segundo a família, a vítima era viciada em drogas e estava sendo ameaçada. Para a Polícia Militar houve um "acerto" entre gangues. Os nomes de dois suspeitos, também menores de idade, foram informados à polícia.

No final da manhã de ontem, Ronaldo tinha saído de casa acompanhado pela mulher, o filho recém-nascido, a cunhada e o sobrinho de 4 anos. Todos foram até o posto de saúde, na Estrada da Roseira, para uma consulta. Por volta das 11h, o adolescente saiu juntamente com o sobrinho para ir comprar balas.

No retorno, os dois foram surpreendidos por dois garotos armados, quase em frente ao prédio da unidade. "Ordenaram para o sobrinho dele sair correndo e, em seguida, atiraram no Ronaldo", relatou a mulher da vítima. Os assassinos subiram em suas bicicletas e desapareceram.

Drogas

A mãe do adolescente morto, Maria Aparecida Oliveira Siqueira, informou que Ronaldo já vinha sendo ameaçado de morte há algum tempo e que há cerca de 15 dias ela tinha pedido aos órgãos competentes a apreensão dele, com medo que o "pior acontecesse". "Não fizeram nada e agora ele morreu. Quero justiça e que os responsáveis paguem por isso", afirmou Maria. As ameaças de morte eram feitas por telefone e teriam por motivo dívidas de drogas. Conforme os familiares, Ronaldo era viciado há aproximadamente um ano.

O crime foi bem articulado pelos assassinos. O estacionamento do prédio da Unidade de Saúde, em Borda do Campo, serve como ponto de parada para a Guarda Municipal, mas no momento do assassinato, os guardas estavam atendendo uma outra ocorrência.

Briga de gangues

Mãe quer prisão de assassinos.

Apesar de os familiares de Ronaldo apontarem o motivo do assassinato como dívida por drogas, policiais militares que atenderam a ocorrência apostam em outra hipótese. De acordo com o sargento Soek e o soldado Holinger, a morte aconteceu por uma rixa envolvendo gangues rivais. De acordo com os PMs, os adolescentes apontados como autores do crime pertencem a um grupo conhecido como "gangue do Gueto" e a vítima seria integrante da "gangue do Porão". Além dessa informação, o sargento apurou também que Ronaldo tem envolvimento em delitos na região, inclusive furto de veículo. Os PMs contaram que, na última segunda-feira, apreenderam Ronaldo por ser suspeito de ter furtado pertences de uma mulher. Porém ela não registrou queixa e o produto do furto não foi encontrado com ele, o que lhe valeu a liberação.

Voltar ao topo