No balcão, marcas de tiros.

Menos de quatro dias depois de sair da Colônia Penal Agrícola, onde estava preso por assalto, João Santos Soares Toledo, 23 anos, voltou a praticar o mesmo crime. Mas desta vez morreu em confronto com um policial militar, que iria fazer compras no mercado que ele estava assaltando, às 17h50 de segunda-feira, na esquina das ruas Raul Felix e Itacolomi, Portão.

Uma mulher comprava pão e leite quando João e um cúmplice, conhecido por “Bad Boy”, entraram no estabelecimento. Segundo apurado pelos investigadores Righetto e Abel, da Delegacia de Furtos e Roubos, nesse instante um policial militar, à paisana, entrava no mercado para também fazer suas compras. “Ele agiu no estrito cumprimento do dever legal”, comentou Righetto, ao descrever o tiroteio que se seguiu.

Morte

Ao perceber que ocorria um assalto, o PM, cujo nome não foi divulgado, deu voz de prisão aos ladrões e foi recebido a tiros. No revide, João foi baleado e ainda conseguiu sair para a calçada antes de cair morto, atingido na cabeça e no peito, embaixo do braço, conforme levantamento preliminar da perita Vilma, da Polícia Científica. O outro assaltante fugiu.

Ao lado do corpo foi recolhido um revólver calibre 38, que pertenceria a João e, em suas meias, a perícia encontrou uma quantidade pequena de maconha. Dentro do mercado, o dono havia se atirado ao chão quando ocorreu o primeiro disparo. A caixa de leite, prestes a ser comprada, foi furada, espalhando seu conteúdo no balcão. Latas de achocolatado e garrafas nas prateleiras também receberam projéteis e davam a idéia do que acontecera no confronto.

Más companhias

Os pais de João estavam inconformados com o destino do filho. Conforme relataram, o jovem descansava deitado em casa, quando foi chamado por “Bad Boy” e outros rapazes. Ele morava na Vila Estrela, também no Portão. O pai de João, Ezequiel, disse que o filho nunca havia usado a arma e atribuía a responsabilidade da morte ao amigo que fez o convite para o assalto. A polícia está á procura dele, a fim de comprovar as versões apresentadas pelas vítimas e pelo PM.

O caso também foi atendido por policiais militares do 13.º Batalhão. O Siate foi chamado, logo depois dos tiros, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.

Mais um com poucas horas de liberdade

Clayton Lisboa Rocinholi, 19 anos, aproveitou a sua primeira portaria para sair da Colônia Penal Agrícola (Piraquara) e, em liberdade, voltou a cometer roubos. No dia marcado para ele retornar ao sistema prisional, Clayton foi preso pelos investigadores da delegacia de Pinhais, quando se preparava para assaltar a estação-tubo localizada na região central daquela cidade.

De acordo com o superintendente Barbosa, o ladrão estava armado com uma faca e brincou com a sorte. “Ele já havia assaltado a mesma estação no domingo e segunda-feira. Voltou hoje (terça-feira) e foi preso”, explicou.

Clayton já era conhecido dos policiais de Pinhais. Há 11 meses, ele foi preso em flagrante por cometer o mesmo crime. Diante disso, seu caso foi remetido à Justiça e Clayton foi condenado a cumprir 6 anos e 2 meses na CPA. Ele foi para lá há um mês, para dar início ao cumprimento da pena. Nos crimes do final de semana, o detido alegou que arrecadou cerca de R$ 20,00.

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