Menores fabricavam inalantes na Barreirinha

Um esquema de fabricação e distribuição de drogas foi descoberto por policiais da Divisão de Narcóticos (Dinarc) na semana passada. Dois adolescentes – 16 anos -, apontados como os responsáveis pelo laboratório clandestino, foram apreendidos e encaminhados à Delegacia do Adolescente. Luiz Henrique Fogassa, 24 anos, foi preso e apresentado à imprensa, na tarde de ontem, na sede da Dinarc. Na casa “estourada” pela polícia, situada na Barreirinha, foram encontrados materiais utilizados para a fabricação de drogas inalantes como “loló” e “moranguinho”.

De acordo com o delegado Alfredo Dib Júnior, foram encontradas na residência garrafas de um litro de benzina, clorofórmio e álcool hidratado, produtos aromatizantes, além de funis e pequenos frascos de vidro, nos quais a droga pronta era envasada e colocada à venda. O policial ressaltou que esse material inalante era comercializado para adolescentes, na frente de dois colégios da região. “É um problema sério, pois muitas vezes esses inalantes servem como porta de entrada para drogas mais pesadas”, ressaltou Dib.

Investigação

A Dinarc chegou até a residência através de denuncias anônimas, que indicavam a crescente comercialização de drogas para estudantes na saída de escolas. Na casa, usada como “laboratório”, foram detidos Luiz e um dos adolescentes. O outro menor foi localizado numa lanchonete, próximo a um colégio estadual da região, ponto de revenda dos tóxicos. Ele é suspeito de ser o responsável pela aquisição dos produtos químicos utilizado na fabricação das drogas.

Luiz Henrique nega qualquer participação no esquema. Diz que retornou naquela semana para a casa dos pais e que não sabia, os adolescentes estariam aprontando. “Inclusive, ele disse que repreendeu os menores”, contou o delegado. Os garotos se acusam mutuamente pela responsabilidade do material apreendido.

Essa é a segunda vez que investigadores da Dinarc visitam aquela residência. Há pouco mais de dois meses, a casa foi invadida pela polícia e o casal Joel Potiguara de Souza Brasil, 54, e Darlene de Almeida Pereira, 42, foram presos acusados de tráfico de drogas. Na ocasião, os policias encontraram resistência para entrar na casa, porque o casal colocou um sofá atrás da porta da sala para dificultar a entrada. “O espaço de tempo perdido para a invasão da residência foi suficiente para que Darlene corresse até o banheiro e dispensasse grande parte da droga guardada”, contou o delegado. Na ocasião, foram apreendidos R$ 7 mil, distribuídos em notas de R$1,00; R$ 5,00; R$ 10,00 e R$ 50,00, além de moedas. Sobre o dinheiro, Joel informou que era referente à venda de alguns cavalos seus, criados no terreno ao lado da sua residência, e também da venda de uma casa no litoral. Para a polícia, era dinheiro referente a drogas.

Após a prisão do casal, seus dependentes (filhos adolescentes) ficaram na casa e deram continuidade ao trabalho de fabricação de drogas, conforme apontaram as investigações da polícia. “O adolescente repetiu o que os pais fizeram, com a diferença de que ele controlava não só a distribuição, mas também a fabricação da droga”, completou Dib. O delegado afirmou que as investigações continuam, para apurar qual a responsabilidade de cada um dos detidos.

Voltar ao topo