Menino sonhava em ser caminhoneiro e furta três

O sonho de se tornar caminhoneiro levou um adolescente, de 15 anos, a furtar três caminhões da Ceasa, no Tatuquara, desde quinta-feira passada, e abandonar os veículos assim que acabava o combustível. A travessura foi descoberta na manhã de ontem, por seguranças da central. O garoto foi reconhecido por vítimas, mas como não houve flagrante, ele foi “devolvido” a seu tio, que veio de Antonina.

Segundo o chefe da segurança da Ceasa, Anísio Askel Nazário, o adolescente trabalhava para um produtor de Mandirituba. Ele tentou furtar um quarto caminhão, mas não conseguiu fazer o veículo funcionar. Em entrevista à imprensa, o garoto se mostrou arrependido e, com a desculpa de aprender a dirigir, assumiu os furtos.

Oportunidade

Disse que “achava legal dirigir”, porém nunca teve a oportunidade de conduzir um veículo. Ele revelou que usava uma chave para abrir os caminhões, por isso dava preferência para veículos de uma mesma marca. Como não tem experiência, revelou que se apavorava nas marchas. “É um perigo. Ele poderia ter atropelado alguém ou provocado um acidente na rodovia”, comentou Nazário.

Os caminhões são de permissionários da Ceasa, conforme explicou Nazário. O primeiro, furtado na noite do dia 15, feriado, só foi encontrado na segunda-feira pela manhã. Os outros dois, levados no domingo e na noite de segunda, foram abandonados num posto de combustíveis na região.

“Na noite de segunda, ele saía com o terceiro caminhão e errava muito a marcha, o que chamou a atenção do segurança. Mas como não há restrição para segurar caminhão na portaria, ele foi embora”, contou. Ontem de manhã, o proprietário de um box comunicou o sumiço do veículo. O garoto foi levado para a sala da segurança, onde foi reconhecido.

Sozinho

“Ele contou que é de Morretes e seu sonho era ser caminhoneiro. Disse que vivia sozinho, pois os pais estavam separados, e que já morou na rua e foi apreendido por vender entorpecente. Agora, morava com o produtor”, contou Nazário. Segundo ele, a Polícia Militar registrou boletim de ocorrência, mas como não houve flagrante, o garoto não foi recebido pela Delegacia do Adolescente. O adolescente disse que tinha 17 anos para conseguir o serviço.