Menina desaparecida completa aniversário

“Ele vai acender a velinha de aniversário da Vivian em cima de um bolo ou no cemitério?”. A pergunta é feita pelo casal Luiz Ubaldino e Marlene Florêncio, avós da menina Vivian Florêncio, que ontem completou 8 anos, e dirigida ao pai dela, o ex-sargento da Polícia Militar Edson Prado, apontado como o responsável pelo sumiço da criança e acusado de ter matado a mãe da garotinha, a artesã Maria Emília Cacciatore Florêncio, 38, na noite de 4 de março de 2005.

Os avós vivem em completo desespero, tentando descobrir o paradeiro de Vivian. Luiz diz crer que a criança foi morta na mesma noite que a mãe, só que o corpo nunca foi encontrado.

Marlene assegura que seu “coração de avó” diz que ela ainda está viva e não perde a esperança de localizá-la. Tanto que mantém o quarto de Vivian intacto e sempre que compra um presente para a outra neta (irmã da menina desaparecida) também não deixa de comprar um mimo para ela.

Maria Emília teve um caso amoroso com o ex-sargento, já condenado a 18 anos de reclusão pelo assassinato dela (mas está em liberdade, aguardando recurso impetrado pela defesa que pede novo júri) e do relacionamento nasceu Vivian. Ele, casado, não queria que a mulher descobrisse a traição.

Com dificuldades financeiras, Maria Emília decidiu, naquela noite, ir com a filha até a Praça Tiradentes, encontrar-se com Prado, para exigir o pagamento da pensão alimentícia.

Ambas desapareceram ali. Dias depois o corpo de Maria Emília foi encontrado numa cova rasa, nu e coberto por cal, com um tiro na cabeça. Quanto à Vivian, nada mais se soube dela. Investigações apontaram Prado como autor do crime.

“Fazemos um apelo a quem souber dos fatos, que os denuncie à polícia, para que possamos reencontrar nossa neta”, clama Marlene, supondo que ele pode ter poupado a vida da filha e a deixado em casa de parentes, fora de Curitiba. Prado sempre negou o crime, mas evidências como barro e folhas secas encontrados em seus sapatos, usados na noite do crime, e vestígios de cal na viatura o levaram à condenação.