Megavigarista tinha em casa até processo roubado

Entre o material apreendido com Neviton Pretty Caetano, acusado de dar vários golpes na capital e na Região Metropolitana, estava um processo que tramitava pela 10.ª Vara Cível de Curitiba, que foi furtado há alguns meses. A informação é da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que deverá denunciar Neviton no início da próxima semana.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, a autora do processo é uma financeira, que entrou com uma ação contra uma cliente, que havia financiado uma Blazer e estava com as parcelas em atraso. Ao tomar conhecimento do processo, a mulher procurou a TV Injustiça, de propriedade de Neviton. Ela contratou a empresa e assinou um termo de cessão do veículo para Neviton, que estava utilizando a Blazer na TV Injustiça, inclusive colocando adesivos da empresa. Mas, ao invés que entrar com medidas na Justiça, os funcionários de Neviton furtaram o processo da Vara Cível, situada na Rua Cândido de Abreu.

Os promotores da PIC acreditam que a mulher foi mais uma das vítimas do vigarista. A assessoria informou que o processo será devolvido à 10.ª Vara.

A promotoria informou ainda que está analisando o inquérito policial e deve denunciar Neviton na segunda-feira. (VB)

OAB pede suspensão de advogada

Além de se complicar com a polícia, a advogada Andrezza Maria Beltoni, que está presa na Delegacia de Estelionato, sob acusação de ser cúmplice de Neviton Caetano, também terá que prestar contas com a Ordem dos Advogados do Brasil. De acordo com o diretor da OAB Curitiba, Michel Saliba, nos próximos dias a instituição irá pedir pela suspensão da prática profissional da advogada.

Segundo ele, a prisão preventiva de Andrezza foi solicitada por que o juiz entendeu haver indícios suficientes que comprovam sua atuação como co-autora de vários crimes cometidos por Neviton. Ela teria participado dos crimes de estelionato e extorsão, agindo como o braço-direito de seu patrão.

Punição

Saliba afirmou que a OAB irá representar junto ao Tribunal de Ética e Disciplina, solicitando a suspensão preventiva da advogada. A decisão poderá impedi-la de exercer a profissão durante um ano e culminar em sua expulsão da OAB. “O pedido será baseado na relevância das infrações disciplinares, em tese praticadas por ela. Caso seja acatada a solicitação, Andrezza será suspensa provisoriamente, por 90 dias, até a conclusão do processo disciplinar, depois disso ela poderá ser proibida de exercer a advocacia em um período entre 30 dias e 12 meses, ou receber a punição mais severa da Ordem: ser expulsa”, explicou Saliba.

Quanto aos demais advogados que trabalharam para Neviton, Saliba afirma que todos serão investigados e também poderão sofrer punições. “Os cabeças do esquema eram a Andrezza e o Neviton. Tem muitos ali que sequer sabiam da gravidade do que ocorria dentro da empresa, por isso alguns deverão receber punições maiores e outros, menores.

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