Matam taxista e vão se divertir na boate

A pequena Itaiópolis, cidade catarinense distante 25 quilômetros de Rio Negro, chocou-se com o cruel assassinato do taxista Floriano Erculano Gonçalves, 60 anos. Morto a pauladas por ladrões, na noite de quarta-feira, o corpo dele foi encontrado num matagal a 40 metros da BR-116, na mesma cidade. Antes mesmo do cadáver ser localizado, a Polícia Militar paranaense prendeu os dois acusados numa casa de prostituição à beira do quilômetro 16 da mesma rodovia, bairro Caximba, em Curitiba. Com eles estavam o Gol, dinheiro e documentos pessoais do taxista.

Os primos Gian Carlo Kazmirski, 22 anos, e Geraldo Kazmirski, 21, cruzaram a divisa entre os dois Estados logo depois do crime. Passaram a noite divertindo-se na boate curitibana, mas um revólver à mostra na cintura de Gian Carlo os derrubou. Alguém avisou a PM que havia um homem armado no estabelecimento. “Logo vimos o Gol escondido perto da boate, com marcas de sangue na lataria. Perguntamos quem era o proprietário e identificamos os dois”, disse o soldado Momoli, do 13.º Batalhão da PM, que em companhia do colega Adair prendeu os acusados às 4h30 de ontem.

Gian e Geraldo contaram com detalhes o assassinato. Como se fossem passageiros comuns, apanharam o táxi Gol, MFJ-9220, de Itaiópolis, na rodoviária da cidade, às 20h de quarta-feira. Rodaram meia hora, até que desembarcaram e renderam Floriano na BR-116. “Levamos o motorista para o mato. Ele reagiu e tentou acertar com uma chave-de-fenda meu primo”, disse Gian, que estava armado mas afirma ter disparado apenas para o alto. “Nós dois demos as pauladas na cabeça. Mas era só para desmaiá-lo e dar tempo de fugir”, acrescentou Geraldo.

Prisão

Os primos tomaram a rodovia e chegaram em Curitiba no início da madrugada. Geraldo, que já morou e trabalhou na capital paranaense, conhecia a casa noturna e mais gente por aqui. “Queria deixar o carro na casa da minha tia, na Vila São Pedro, e depois tentar vender”, disse o preso. No momento da prisão, a PM encontrou com ambos uma pochete com todos os documentos de Floriano, um revólver calibre 38, telefone celular e R$ 170.

O corpo do taxista só foi encontrado pela polícia catarinense perto das 10h de ontem – até os acusados serem presos não se sabia do crime. Uma equipe chefiada pelo delegado de Itaiópolis, Lauro Langer, veio a Curitiba ontem à tarde para tratar da transferência dos dois acusados, autuados em flagrante no 13.º DP (Tatuquara). Ambos moram em Itaiópolis e têm passagem pela polícia – Gian, que disse ser tratorista, por assalto e briga, e Geraldo, supostamente pintor de profissão, por furto. O superintendente Jaime, do 13.º DP, disse que as investigações continuam em Curitiba para identificar o possível receptador do táxi roubado.

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