Matadora da mãe e da avó poderá ter júri anulado

Condenada a 29 anos de prisão pelos assassinatos de sua mãe e de sua avó, Ágata Précoma, 21 anos, poderá ser submetida a um novo julgamento, de acordo com informações de seu defensor, Osmann de Oliveira. Segundo ele, já nos próximos dias será protocolado um pedido de anulação do júri – ocorrido anteontem no Fórum de São José dos Pinhais – porque a jovem recebeu duas condenações em uma única sentença, o que contraria o artigo 608 do Código de Processo Penal. Ela está condenada a 14 anos de reclusão pela morte da mãe e 15 anos pela da avó.

Depois de adiado por oito vezes, o julgamento de Ágata acabou acontecendo em separado do de sua cúmplice, a jovem Vanessa Naves Quinteiro, 23. Os defensores de ambas tiveram discordâncias na escolha dos jurados, o que fez com que o júri de Vanessa fosse adiado para uma data ainda a ser marcada.

Mortes

As duas jovens respondem pelos assassinatos de Elizabeth Maria das Graças Vilibruno, 41, e Genoeva Précoma, 80, respectivamente mãe e avó de Ágata. O crime ocorreu em 31 de maio de 1998, na residência das vítimas, no centro de São José dos Pinhais. A mãe foi estrangulada e pendurada do batente da cozinha, simulando um enforcamento. A avó foi morta na cama.

Os corpos foram encontrados dias depois pelos vizinhos, que acionaram a polícia. Policiais civis e peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local e concluíram que Genoeva havia morrido de causas naturais e Elizabeth, possivelmente desesperada com a morte da mãe, teria cometido suicídio. Ambas foram veladas e sepultadas pela família.

Confissão

Semanas depois, Ágata e Vanessa, que mantinham um relacionamento homossexual, surpreenderam a todos confessando o duplo assassinato. Elas pediram a ajuda de um deputado, para que ele lhes arrumasse um advogado, e relataram que haviam matado as duas mulheres por elas serem contra o relacionamento amoroso que tinham.

A história surpreendeu até a polícia, que chegou a duvidar das confissões, achando que as garotas só estavam fazendo aquilo para chamar a atenção. No entanto, os dois corpos foram exumados e novamente examinados por legistas e peritos e então confirmou-se a versão apresentada pelas autoras.

Desde então as duas jovens permaneceram presas, primeiro no 9.º Distrito Policial e depois na Penitenciária Feminina, onde ainda permanecem recolhidas.

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