Matador se entrega após tiroteio com policiais

A polícia de São José dos Pinhais prendeu ontem o homem acusado de matar Rafael Olivir Pereira, 19 anos, na semana passada com dois tiros na cabeça, no bairro Cidade Jardim. Alexandre Amaral Leão, 37 anos, foi surpreendido pelos investigadores André, Geraldo e Hélcio e pelo superintendente Sérgio em casa, no mesmo bairro, na tarde de ontem.

Valentão, o assassino reagiu a bala, detonando mais de vinte tiros de sua pistola 380 – a mesma usada para matar Rafael – contra os policiais, que revidaram. O bandido acabou se entregando e mais tarde, na delegacia, assumiu a autoria do homicídio.

Tráfico

Por trás de toda a história está a briga de traficantes por pontos de venda de droga no Cidade Jardim. No dia em que Rafael foi morto, um amigo de Alexandre tinha sido baleado. Paulo Roberto Pedroso, 29 anos, levou quatro tiros na tarde do dia 9 de julho. O autor seria um irmão de Rafael, menor de idade. Para vingar o atentado contra Paulo Roberto, Alexandre foi até a casa do adolescente, logo depois, com a intenção de matá-lo. Como o rapaz não estava, acabou por matar Rafael.

De acordo com o investigador André, todos estão envolvidos com o tráfico de drogas na região. A briga teve início ainda antes da morte de Rafael, dentro do próprio xadrez da delegacia de São José, quando Paulo Roberto, preso por tráfico, foi ameaçado pelo irmão de Rafael. O adolescente também estava detido por causa de drogas. Por falta de celas na Delegacia do Adolescente da cidade, diariamente ele era transferido para a outra delegacia para passar a noite. “Foi ali no xadrez que a bronca começou”, contou o policial.

Caça

Desde a morte de Rafael a polícia andou à caça do assassino. Ontem à tarde, ao chegarem na residência do acusado, os policiais foram recebidos a bala. De acordo com André, Alexandre usou a própria esposa como escudo. E também simulou que uma filha teria sido baleada. “Não tinha nenhuma criança na casa, ele só falou isso para que a gente parasse de atirar e ele pudesse se entregar sem ser baleado”, comentou o policial.

Uma vez preso, Alexandre não teve problemas em confessar o assassinato de Rafael. Friamente, contou que já cumpriu oito anos de prisão por tráfico de drogas e roubo. Disse também que não gosta de atuar em quadrilhas. “Faço o que tenho que fazer e seguro minhas broncas sozinho. Esse negócio de quadrilha só dá confusão, um ‘cagüetando’ o outro”, afirmou.

A próxima tarefa dos policiais é colocar atrás das grades um indivíduo conhecido como “Poca”, que está sendo procurado. Seria ele o condutor da motocicleta em que estava o irmão de Rafael, quando Paulo Roberto foi baleado. “Poca” é fugitivo da delegacia da Planta São Marcos, também na região de São José dos Pinhais, onde esteve preso por envolvimento com drogas.

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