Depois de matar uma pessoa, André de Oliveira dos Santos, 22 anos, roubou o carro e dinheiro de um tio para fugir, na noite de domingo. Mas não conseguiu ir muito longe. Na madrugada de ontem, ele foi executado com um tiro na cabeça, no Uberaba. O corpo estava caído ao lado da linha férrea que divide a Invasão do Icaraí da Vila União. O Pálio, placa AAK-1124, que ele roubou do tio, foi encontrado próximo ao corpo, do outro lado dos trilhos.
O tio da vítima, Aparecido Coelho dos Santos, contou que André chegou por volta das 22h em sua casa, no Conjunto Moradias Belém, no Boqueirão, pedindo para usar o banheiro. Como sempre teve um bom relacionamento com o sobrinho, que aparentava ser um rapaz sem problemas, Aparecido abriu o portão. ?Logo que abri ele me apontou um revólver e deu voz de assalto. Ele estava muito agressivo e pediu dinheiro e a chave do carro do meu outro irmão. Ele dizia que tinha matado alguém e precisava fugir?, contou o tio, que não chegou a perguntar em que confusão o jovem havia se metido. André estava acompanhado de outro rapaz – que a família não conhecia – de cor clara, aparentando cerca de 18 anos, e muito bem armado.
A dupla de marginais trancou a família no escritório da casa e levou o carro, dinheiro e mais alguns objetos de valor da casa. Aparecido telefonou em seguida para o pai de André, que ficou surpreso ao saber que seu filho havia assaltado a casa do irmão. ?Para nós, isto é surpresa total. Ele trabalha como vendedor. Ensinei meus filhos a trabalhar. Não sei porque ele tomou essa decisão?, disse o pai, enquanto acompanhava o Instituto Médico-Legal (IML) recolher o corpo do filho.
O corpo de André só foi encontrado ontem pela manhã, por moradores que chamaram a polícia. Apesar de afirmarem que nada viram do crime, populares comentaram que tiros foram ouvidos por volta das 4h. Este seria o horário provável da morte do vendedor, uma vez que as mãos do rapaz estavam enrugadas quando foi encontrado – em função da chuva que caiu durante a madrugada.
O Pálio que André roubou de seu tio estava do outro lado da linha férrea, com as portas abertas. Os investigadores Edson e Magalhães, da Delegacia de Homicídios, descobriram com familiares de Edson que alguns objetos sumiram de dentro do carro. A polícia acredita que eles tenham sido furtados após o abandono do carro no local. A polícia tenta identificar o comparsa de André, para saber se ele tem relação com a morte do vendedor ou se pode revelar quem teria cometido o assassinato. Magalhães acredita num acerto de contas ou por dívida de drogas.
Alguns policiais militares que atenderam o caso levantaram a hipótese de André ser o assaltante que matou o ex-policial militar Fioravante dos Santos, 49 anos, na noite de sexta-feira. Fioravante fazia a segurança numa farmácia no Vila Hauer, quando foi baleado por assaltantes, que levaram dinheiro do caixa do estabelecimento. Um dos quatro criminosos está preso e confessou o roubo, porém afirmou que não foi o autor dos disparos que mataram o policial. A DH deve averiguar tais informações.