Ivanir Fortes Rodrigues.

Um caso de amor mal-resolvido foi o motivo do assassinato do agricultor Vilson Malage, 46 anos, executado com cinco tiros ao chegar em sua casa – na localidade de Santa Terezinha, em Coronel Vivida – na noite de sexta-feira da semana passada. O crime foi esclarecido no domingo, com a prisão do autor, o segurança desempregado Ivanir Fortes Rodrigues, 23, que não se conformava em ter perdido a amante, a jovem Marelce Vargem, 22, para a vítima. Ivanir confessou o crime e está recolhido na delegacia de Chopinzinho.

A dramática história, que contou com muitas ameaças de morte e desentendimentos, teve início em meados do ano passado, quando Marelce vivia em companhia de Vilson. Ela conheceu Ivanir, ambos se apaixonaram e foram morar juntos. Abandonado, Vilson não concordou com a situação e passou a exigir a volta da mulher, fazendo pressão e ameaças.

Morte

Em setembro passado, Marelce deixou Ivanir e voltou a conviver com Vilson, que então passou a ser alvo das ameaças do rival. No dia do crime, o segurança saiu de São Bento do Sul (SC), onde estava residindo em uma pensão, já com o plano pronto para matar o agricultor. Chegando na casa da vítima, esperou algum tempo escondido nas proximidades e viu quando Vilson e Marelce deixaram o local de carro.

Aproveitando-se da ausência do rival, o criminoso invadiu a casa, rendeu um empregado – amarrando-o e amordaçando-o com fita crepe – e ficou esperando o retorno do casal. Ao chegar em casa, Vilson percebeu que as luzes não estavam acesas e estranhou o fato. Ordenou que Marelce permanecesse no carro e entrou na casa para ver o que estava acontecendo. Ao abrir a porta, empunhando sua arma, recebeu os cinco tiros. Antes de morrer ainda fez um disparo, acertando de raspão o braço do assassino.

Fuga

Consumado o crime, Ivanir correu até o carro e fugiu levando Marelce em sua companhia. Quilômetros adiante, em uma estrada secundária, ele perdeu o controle do automóvel e entrou no mato. Abandonando o veículo, o casal seguiu a pé até um posto telefônico, onde um amigo do homicida foi chamado para ajudá-los.

No dia seguinte, a mulher foi deixada no município de Dois Vizinhos e lá procurou a polícia, dizendo-se vítima de um seqüestro. Marelce tentou acobertar o amante, contando que três homens invadiram a casa, mataram seu companheiro e a seqüestraram. Como a família de Vilson achava que ela tinha envolvimento no crime e a estava ameaçando, o delegado Marcos Antônio de Oliveira, que investigava a ocorrência, achou por bem levá-la para a delegacia de Chopinzinho, por medida de segurança. Ouvida pela segunda vez, a jovem entrou em contradições e isso alertou os policiais. Em nova conversa, outra vez ela se confundiu. Avisada de que se estivesse protegendo o assassino poderia ser indiciada no inquérito, Marelce contou como tudo aconteceu.

Prisão

Mobilizando policiais de Coronel Vivida e Chopinzinho, o delegado seguiu para São Bento do Sul, para capturar o homicida. Obtendo um mandado de prisão, fez buscas pelo município até conseguir encontrá-lo. Ivanir, que estava na pensão, viu a movimentação policial, mas não conseguiu fugir. Interrogado, confessou o delito e disse ter dado a arma para o amigo que o auxiliou no posto telefônico.

O caso está agora a cargo da delegada Vera Lúcia Tapie, de Coronel Vivida, que procura pelo indivíduo que ficou com a arma, de forma a apreendê-la e encerrar o inquérito. O autor do crime já havia trabalhado como auxiliar administrativo na delegacia de São João.

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