Mata o amigo com quatro tiros

Uma dívida de R$ 80 teria posto fim trágico à velha amizade entre o cabo reformado da PM Marcos Augusto Teixeira, 42 anos, e o pintor Francisco Nunes, 37. Marcos foi morto com quatro tiros às 9h25 de ontem, na Rua Marco Polo, Bairro Alto, em frente à casa de Francisco, acusado de ser o autor do crime. Padrinho da filha da vítima, o pintor fugiu prometendo se apresentar à polícia.

Marcos, conhecido no bairro como Marcão, tinha por hábito emprestar dinheiro aos amigos da região. Há alguns dias, assinou um cheque de R$ 80 para Francisco, mas o pagamento demorou a vir. “Ele começou a fazer terrorismo. Ligava para a casa do `Chico’ e o ameaçava de morte se o dinheiro não fosse pago”, afirmou o irmão do acusado, Aglenor Nunes, 42 anos. Segundo Aglenor, na manhã de ontem Francisco prestaria queixa à polícia contra Marcão, por conta de tais ameaças.

Perto das 9h, o cabo reformado encontrou-se com o amigo Alexandre, 24 anos, no mesmo bairro, e pediu uma carona até a casa de Francisco, sem esclarecer o que faria por lá. “Marcos encostou a moto perto da casa e mandou eu vir embora. Então o `Chico’ pulou o muro com a arma na mão e já veio atirando, sem dizer nada”, disse Alexandre à polícia.

Morte

Assustada, a testemunha correu com o veículo até a residência do sogro da vítima, nas proximidades, de onde chamaram a PM. Ao chegarem, os policiais já encontraram o ex-PM morto, com quatro balaços no peito.

Depois do crime, Francisco caminhou 150 metros até a casa do amigo Edilberto dos Santos, 42 anos, pintor. Ali em frente, apanhou o Escort preto AHL-8431 de Edilberto, que estava com as chaves na ignição, e desapareceu. “Como ele sempre pega meu carro, ninguém estranhou”, disse o amigo de Francisco, que tomava café nos fundos da residência do acusado quando escutou os disparos.

O taxista Marco Aurélio, 39 anos, conta que o amigo Francisco andava tenso por causa da divergência com Marcos. “Quinta-feira, ele me mostrou um revólver calibre 38 e falei para se acalmar. Hoje (ontem) de manhã ele me ligou dizendo que tinha feito besteira”, disse o taxista, acrescentando que o pintor pediu-lhe para avisar a polícia e imprensa que se apresentaria dentro de 48 horas.

A Delegacia de Homicídios, após levantar a identidade do acusado, deve encaminhar o caso ao 5.º Distrito Policial (Bacacheri).

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