Mata esposa e ainda fere os pais dela

Doze anos de casamento conturbado e marcado pela violência terminaram tragicamente na noite de sexta-feira. Edinéia Pierobon de Melo, 29 anos, foi assassinada em frente da casa dos pais, na Vila Nossa Senhora da Luz, para onde tinha se mudado há apenas quinze dias. Ela buscava abrigo depois de se separar de Gilmar Leopoldo dos Santos, 32 anos. Os dois filhos do casal – uma menina de 12 e um garotinho de apenas 3 anos – testemunharam o crime e viram o próprio pai matar a mãe.

Gilmar atirou também contra os pais de Edinéia, Jandira Pierobon de Melo e Joel Feijó de Melo. Os dois foram socorridos pelo Siate e levados para o Hospital do Trabalhador. Edinéia morreu no local. Atingida uma vez, ela tombou. Depois de mandar bala nos ex-sogros, Gilmar ainda deu mais dois tiros na mulher estirada na rua.

Presidiário

Rosângela, prima de Edinéia, foi quem relatou a história para os policiais militares e para a equipe da Delegacia de Homicídios que estiveram no local. De acordo com ela, Gilmar era violento desde o início do relacionamento. Edinéia saiu de casa com 13 anos para ficar com o namorado e acabou se casando quando ele cumpria pena por homicídio na Prisão Provisória do Ahu. Gilmar foi condenado por ter assassinado um homem, também na Vila Nossa Senhora da Luz.

Ultimamente, de acordo com Rosângela, Gilmar vinha piorando o comportamento. Não trabalhava – Edinéia sustentava a família trabalhando como gerente de supermercado – e exigia que a esposa vendesse a casa onde moravam, comprada com as economias dela, e repartissem o dinheiro, pois ela falava em separação há tempo.

Violência

Rosângela disse que cenas de ameaça e violência eram constantes recentemente. Na frente dos filhos, o homem encostava a arma na cabeça de Edinéia e esbravejava contra o fato dela querer se separar, ameaçando matá-la. Cansada da situação, ela saiu de casa há duas semanas e voltou para a casa dos pais, na Rua José Lunardon, 37, perto da praça 4 da vila.

“Daí ele enlouqueceu de vez. Tanto que meu tio (pai de Edinéia) tinha que buscá-la e levá-la no emprego, com medo que ele fizesse alguma coisa, porque não parava de ameaçar”, contou Rosângela. “Esse crime foi mais do que premeditado, e a polícia não fez nada”, desabafou, referindo-se à queixa que a vítima já tinha prestado na Delegacia da Mulher contra o marido. Há alguns dias, Gilmar pegou a esposa na saída do trabalho e passou a noite vagando pelas ruas com ela, mais uma vez fazendo ameaças.

Assassinato

Na noite de sexta-feira, Gilmar foi até o final. Esperou que a moça voltasse para casa, escondido em um terreno baldio bem perto da residência dos pais. Edinéia chegou com Jandira e Joel, no Gol da família, por volta de 21h30. Enquanto ela e a mãe desciam do carro, carregando sacolas de compras, Joel abria o portão para guardar o veículo. Nesse momento, tendo como testemunhas os filhos, parentes e outras crianças, Gilmar saiu correndo do esconderijo. Atirou primeiro contra a mulher. Voltou-se então para os sogros, disparando um tiro em cada um – Rosângela disse que a bala que acertou Joel atravessou a barriga. Depois, detonou mais dois tiros em Edinéia.

No meio da confusão, um irmão da moça tentou desarmá-lo, mas não conseguiu. O autor fugiu a pé e não foi localizado. Três viaturas da PM fizeram buscas, inclusive na casa da família de Gilmar, sem sucesso. Ele cumpriu pena de 6 anos por homicídio. De acordo com a Polícia Militar, em consulta ao Copom apareceram registros de que o ex-presidiário responderia ainda por outros dois assassinatos.

As investigações sobre o crime estão a cargo da Delegacia de Homicídios, sob o comando do delegado José de Deus.

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