Duas irmãs, de 8 e 17 anos, acordaram na madrugada de ontem com os gritos da mãe, na Rua Álvares de Azevedo, na Cidade Industrial. Quando chegaram até o quarto dela, descobriram que o pai a matou e tentava suicídio. Elas impediram a morte do assassino e pediram socorro para os vizinhos.
A diarista Lorita Orlandi, 35 anos, era casada com Augusto do Rocio Aurélio Muniz, 48, há muitos anos. Segundo a família, eles tinham um bom relacionamento. O filho mais velho deles, na noite de quarta, concluía a faculdade, em Cascavel.
Pouco antes de sair do trabalho em um mercado, no fim da tarde, Augusto ligou para a esposa pedindo para ela fazer um bolo.
Bolo
A mulher chegou do trabalho, fez o bolo e, assim que Augusto chegou, o casal jantou com as duas filhas. As meninas não ouviram nenhuma briga até irem dormir.
Às 2h30, elas acordaram com os gritos de Lorita e bateram na porta do quarto dos pais várias vezes. Sem resposta, entraram e encontraram a mãe morta com duas facadas no pescoço e uma no peito, sobre a cama, e o pai ao lado, desferindo golpes com a mesma faca no próprio corpo.
As duas conseguiram desarmar o pai e chamaram vizinhos, que as retiraram de dentro da casa e chamaram a polícia. A Polícia Militar chegou em poucos minutos. Augusto passou a andar de um lado para o outro, manchando a casa de sangue.
De acordo com os policiais, o semblante dele era de calma. Augusto foi levado sob escolta ao Hospital Evangélico, em estado grave. Assim que ele se recuperar, será encaminhado ao 11º Distrito Policial (CIC).
Ciúme
Para o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homicídios, o motivo do crime foi ciúme. “Ele achava que Lorita mentia que ia trabalhar para traí-lo”, conta o delegado, abalado depois de ouvir o relato da adolescente.