Nova data para julgamento
de Aristóteles Smoralek.

O Tribunal do Júri marcou uma nova data para o julgamento do professor Aristóteles Kochinski Smolarek Júnior, 28 anos. O júri popular deverá acontecer no próximo dia 17 de maio, às 9h, conforme a pauta da 2.ª Vara. Smolarek seria julgado em 31 de março passado, mas seu advogado, Osmann de Oliveira, requereu adiamento, alegando que mudou a tese de defesa em virtude de uma carta apreendida pela polícia e publicada com exclusividade pela Tribuna, na qual Smolarek informa à própria mãe, Leci Smolarek, que irá confessar o assassinato de sua mulher, Luciene Ribeiro de Paula, 18 anos – crime ocorrido em agosto de 1998, no Chile.

A carta está anexada no processo que Smolarek responde por falsificar um habeas corpus para tentar escapar da Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu, onde está recolhido há três anos. Neste processo, foram denunciados pelo Ministério Público o professor Smolarek; sua mãe, Leci Smolarek, e Diovany Roberto Losso, 23, por falsificação de documento público, falsidade ideológica e uso de documento falsificado. Leci ainda foi denunciada por tentativa de promover fuga de pessoa legalmente presa.

A justificativa da defesa para pedir o adiamento, foi que não tinha conhecimento da carta nem das intenções de Smolarek de confessar o crime. Além disso, o advogado de acusação e a promotoria juntaram o processo da farsa do habeas corpus e um processo civil, sobre o seguro feito em seu nome, o que teria motivado o assassinato de Luciene.

Crime

O professor é acusado de matar Luciene Ribeiro de Paula, na época com 18 anos, a golpes de taco de beisebol. O crime ocorreu em Santiago do Chile, no dia 4 de agosto de 1998 e o motivo seria um seguro de 250 mil dólares, em que ele e a filha dela eram beneficiários. Além do homicídio triplamente qualificado, neste processo Smolarek é acusado de ocultação de cadáver, aborto (a jovem estava grávida) e estelionato.

O professor está preso desde abril de 2001, na Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu. Ele teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça após o Ministério Público e o assistente de acusação, Dálio Zippin Filho, requererem o processo chileno para que fosse realizado o julgamento no Brasil.

Premeditado

O acusado casou com Luciene no dia 8 de junho de 1998, dois meses antes do assassinato. Na época, a jovem tinha uma filha de oito meses, fruto de um relacionamento anterior, e o acusado registrou a criança como se fosse o verdadeiro pai. No dia 27 de julho daquele ano ele contratou um seguro de vida para a mulher, sendo ele e a criança os beneficiários. Mas o contrato só vigorava de 31 de julho até 9 de agosto, quando o casal estaria viajando para o Chile. A acusação sustenta que o contrato de seguro fazia parte do plano do assassinato da jovem.

Ainda, segundo a acusação, Luciane seguiu viagem com Smolarek no dia 31 de julho, para Santiago, onde ambos se hospedaram em um hotel. Por volta das 23h30 do dia 4 de agosto, após deixar o hotel usando um veículo Nissan, locado, Smolarek levou sua mulher até o local do crime e teria desferido contra ela vários golpes com um taco de beisebol.

No ano passado Smolarek foi entrevistado pela Tribuna, com exclusividade, e alegou ser inocente. Mas, recentemente, ele enviou uma carta à mãe onde revela que irá confessar o crime.

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