Mais uma denúncia de violência de PMs

Revoltado por ter sido perseguido, agredido, humilhado e preso por policiais militares da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), viatura prefixo 4531, sem que tivesse praticado qualquer delito, o instalador Everaldo Saldanha, morador no Uberaba, está pedindo ao comando da Polícia Militar que providências sejam tomadas. “Policiais militares estão nas ruas para proteger e defender a população. Não para agredir gente inocente e trabalhadora”, desabafou ele.

Chamando a situação vivida de “episódio humilhante”, Everaldo lembra que no início da noite de 30 de novembro trafegava com seu carro pela Rua José Ritmeyer, próximo do Conjunto Residencial Porto Seguro, acompanhado pela esposa, quando passou pela viatura da Rone. Em seguida, sem que nada tivesse acontecido, os policiais retornaram e passaram a persegui-lo.

Agressão

Ao parar em frente a sua casa, Everaldo foi cercado pelos PMs que estavam com pistolas em punho. Obrigado a descer do carro, foi agredido com chutes nas costas, além de ofendido com palavras de baixo calão, como “bêbado”, “vagabundo” e outras. Os policiais alegavam que a vítima havia jogado seu carro contra a viatura. A mulher de Everaldo tentou interferir e igualmente foi ofendida e ameaçada de prisão, por desacato. O mesmo aconteceu com a mãe dele, que tentou defendê-lo.

Everaldo recusou-se a soprar o bafômetro e por isso recebeu uma multa no próprio local, que foi obrigado a assinar. Em seguida, sob ameaças e palavrões, foi colocado em um camburão e levado para a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Seu carro, dirigido por um PM, também foi apreendido, mesmo não havendo nenhuma irregularidade com ele.

Na delegacia, o delegado de plantão constatou que Everaldo não havia cometido nenhum crime e logo o liberou. Com uma guia expedida pela própria Dedetran o rapaz seguiu para o Instituto Médico- Legal e por vontade própria se submeteu a exame de dosagem alcoólica e toxicológico. Ambos tiveram resultado negativo.

Desde então ele vem sendo perseguido pelos policiais da mesma viatura, que passam freqüentemente em frente à casa dele e na de sua mãe, param o carro e ficam observando à distância, de forma ameaçadora. Vez por outra eles passam ao lado do veículo dele e também ficam observando.

Providências

Everaldo já comunicou o fato ao Comando do Policiamento da Capital, que pediu providências à Companhia de Polícia de Choque, responsável pela Rone. O capitão Lee, do Choque, informou ontem que os policiais, as vítimas e todas as testemunhas da situação serão ouvidas nos próximos dias. Caso seja comprovado que houve excesso por parte dos PMs, ele serão punidos.

Em maio do ano passado situação semelhante foi vivida por um enfermeiro, que igualmente foi preso e levado à Dedetran, sem que tivesse feito nada de irregular. Um PM, que trafegava de moto pela Avenida Salgado Filho, alegou que ele jogou seu carro contra a moto. O enfermeiro, morador no Uberaba, também oficializou queixa no comando da Polícia Militar, que prometeu providências, mas até hoje não informou se puniu ou não os policiais responsáveis pelo abuso.

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