O policial militar Márcio Paschuarelli pode ser mais uma vítima da empresa Proam Habitacional. E também mais um dos sócios. O policial procurou a reportagem de O Estado na tarde de ontem, depois de ler o caso da catadora de papel Sulei Ribeiro. Márcio deu uma entrada de R$1200 em dezembro do ano passado e pagou mais 3 parcelas de R$ 230 para a Proam. “O combinado é que eu recebesse R$ 30 mil em março. Não recebi nada e agora fico sabendo que a empresa sumiu”, conta.

Márcio e Sueli, na verdade, não tomaram dinheiro emprestado de uma financeira. Ambos compraram ações em uma sociedade comercial em contas de participação e podem, inclusive, serem responsabilizados penalmente por isso . A explicação é do coordenador regional do Procon-PR, Naim Akel Filho. “Nosso departamento jurídico estudou o caso. O que acontece é que essas habitacionais não estão habilitadas como financeiras porque não prestam serviço. Nem estão cadastradas junto ao Banco Central. Na verdade, quando a pessoa paga uma prestação, ela está comprando cotas, tornando-se acionista da empresa e co-responsável pelos seus atos “. Por esse motivo, o Procon não tem registro de atendimento sobre esse tipo de serviço.

Proposta

Atraído por um anúncio no jornal, Nelson Morais, que trabalha com projetos arquitetônicos, procurou a Proam Habitacional há cerca de dois meses. Nélson diz que a vaga era para vender os planos de consórcio. O projetista estranhou os valores das negociações. “Eles diziam que liberavam R$30, 40 mil depois de alguns meses em que a pessoa pagasse uma entrada e alguma parcelas de R$ 500,00. Me ofereceram 15% de comissão do total de empréstimo que o tomador pegasse”, contou”.

Até ontem a Delegacia de Estelionato e Roubo de Cargas ainda não havia recebido denúncia contra a Proam. No entanto, com o passar dos dias o delegado Cícero José espera que as testemunhas apareçam. A Associação Nacional dos Devedores de Instituições Financeiras, Andif -PR, que tem cerca de 400 filiados só no Paraná, também está se inteirando do caso divulgado com exclusividade por O Estado. O presidente da entidade, Anderson Miscalo, pede as pessoas que, antes de assinar qualquer tipo de contrato com as financeiras ou afins, procure a Andif ou o Procon. “Podemos ter alguma informação jurídica sobre a empresa em questão”, explica.

continua após a publicidade

continua após a publicidade