Caso Triste

Mãe de garota esfaqueada consegue liberar corpo

A cozinheira Andrea Fonseca Gomes Ladwig, 41 anos,  conseguiu liberar ontem (quinta-feira, 20) o corpo da filha, Andressa Sabrina Gomes do Nascimento (10).  A menina foi morta a facadas por um garoto de 16 anos na madrugada de quarta-feira (19). 

A mãe precisou, no entanto, retornar à maternidade da filha para solicitar emissão de nova certidão de nascimento para seguir com o processo. O velório de Andressa acontece na manhã desta sexta-feira (21) na Capela Bom Jesus, em Pinhais.

“Tentei liberar o corpo antes, mas os documentos estavam com minha irmã e não consegui localizá-los. Tive que retornar à maternidade onde ela nasceu para que emitissem uma nova certidão para então liberar o corpo para o enterro”, explicou Andreia, antes de entrar no carro da funerária.

De quem é a culpa?

Apesar da dificuldade para conter as lágrimas, Andreia conversou com o Paraná Online e disse estar ansiosa por Justiça. Além do garoto, que disse ter matado sua filha depois de ser dominado por um “espírito do mal”, a mãe culpa os responsáveis pelo abrigo onde Andressa estava morando há seis meses.  

“Como não ouviram nenhum barulho durante a madrugada? Que tipo de vigilância e proteção esse lugar oferece? Vi alguns dos responsáveis lamentando a morte da minha filha, mas isso não vai trazer ela de volta agora”, questionou Andreia. Ela descreveu Andressa como uma menina calma, que gostava de ir à igreja.

“Ela não era de sair com amiguinhas, nem de bagunça. Era uma menina doce. Não acredito que sairia do abrigo daquela maneira. Imagino que o garoto a arrastou para fora”, declarou a mãe.

Amigos contaram

Andreia, que é funcionária de um restaurante em Curitiba, disse que soube do assassinato da filha por amigos, quando estava trabalhando. “Entrei em choque e até agora não retornei à firma. Ninguém do abrigo ou qualquer autoridade me ligou informando o que tinha acontecido com ela”, reclamou.

Maus tratos

A filha Andressa  era a caçula entre os dez filhos de Andrea e estava morando com a tia, até ser retirada por ordem judicial do convívio familiar, por maus tratos, e encaminhada para a Casa de Passagem.

O garoto que confessou tê-la matado estava no abrigo há oito meses e já havia passado por outros dois centros de proteção para menores, em Foz do Iguaçu e Londrina. Após o crime, ele foi apreendido na cama, fingindo dormir. Roupas com sangue e a faca, já lavada, foram encontradas em meio aos pertences dele.

O adolescente infrator foi levado pela Guarda Municipal até a delegacia da cidade onde ocorreu o crime. Ele prestou depoimento e culpou o “espírito do mal” de tê-lo compelido a cometer o homicídio. Para a polícia, o menor sofreu um surto psicótico. A situação dele está nas mãos do Ministério Público e da Justiça.

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