Luta e assassinato no Bom Retiro

Paulo Guilherme Meissner, 43 anos, lutou pela sobrevivência, mas seu oponente fincou-lhe um objeto perfurante no pescoço e o matou, provavelmente na madrugada de ontem. Parentes encontraram o corpo pela manhã, atrás da porta de entrada da residência da vítima, na Avenida Desembargador Hugo Simas, bem em frente ao Hospital Pilar, Bom Retiro. Para a polícia, vítima e assassino se conheciam.

Paulo vivia sozinho na casa, onde também funcionava uma pequena fábrica de quepes militares, mantida pela família. Na cozinha, a polícia encontrou o cenário de uma intensa briga, com móveis e objetos em desalinho. “Nunca vi tanto sangue em um local de crime”, comentou o investigador Laertes, da Delegacia de Homicídios. De acordo com a perícia da Polícia Científica, Paulo teve o pescoço perfurado por uma chave de fenda ou outro objeto semelhante. Um ferro de passar roupa virou arma no momento da briga e ficou com o cabo quebrado.

Dentro de um terreno baldio, perto da esquina com a Rua Teffé, a Polícia Científica recolheu uma camiseta azul, de tamanho pequeno, suja de sangue. Era o ponto de partida da rota de fuga do assassino, que saiu pingando sangue por pelo menos dez quadras em direção à Rua Carlos Pioli – o rastro foi perdido num riacho. “O autor estava sem camisa e todo sujo. Entrou ali para não despertar suspeitas”, disse o investigador, acrescentando que a vizinhança ouviu muitos latidos de cães por volta das 2h.

Como o Passat de Paulo tinha as portas destravadas e não havia sinais de arrombamento na casa, suspeita-se que ele chegou acompanhado do assassino. Numa primeira avaliação, parentes – bastantes nervosos no local do crime – não notaram falta de dinheiro ou objetos de valor. O policial militar Godoy, do 12.º Batalhão da PM, recolheu a carteira de Paulo, com talões de cheques.

Parentes confirmaram à polícia que Paulo não tinha inimigos nem queixava-se de estar sendo ameaçado. Apenas soube-se que recebia visita de rapazes em casa. “Poderemos encontrar impressões digitais em algum objeto, e a partir daí descobrir o assassino”, falou o investigador da DH.

Voltar ao topo