Loucura como álibi para crime bárbaro

A defesa irá alegar inimputabilidade da doméstica Andréia de Freitas, 28 anos, que confessou, há quase dois anos, ter assassinado sua enteada, a garotinha Gabriela Moreira dos Santos, de 7 anos. O advogado Luiz Antônio Martins Barbosa Júnior irá defender Andréia junto com alunos de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC). ?Ela não tem discernimento para avaliar o que fez?, alegou o advogado. Por este motivo irá pedir que os jurados concedam medida de segurança para a acusada. Caso a tese dos acadêmicos seja aceita, Andréia, que está recolhida na Penitenciária Feminina do Estado, em Piraquara, deverá ser transferida para o manicômio judiciário.

Andréia vai admitir, novamente, segundo seu advogado, que esfaqueou a garotinha Gabriela movida por ciúmes do marido. Na época, Andréia estava grávida de oito meses. O crime aconteceu em 22 de agosto de 2005. De acordo com a acusação, às 7h daquela segunda-feira, Andréia matou a menina antes de sair para o trabalho. Gabriela e Andréia estavam sozinhas. A menina recebia tratamento especial, pois sofria de problemas renais e fazia tratamento médico há alguns anos, no Hospital Pequeno Príncipe, por isso morava com o pai.

Briga

Naquele dia, a criança derrubou uma lata de óleo queimado no chão, sujando a varanda da casa, na Rua Simão Bolívar. O acidente se transformou no estopim da fúria da madrasta, que jogou a garotinha contra o piso. Em seguida, bateu a cabeça de Gabriela contra o chão, o que fez com que ela desmaiasse. Andréia puxou a enteada, desacordada, pelos pés, para um pequeno cômodo dentro da residência. Lá desferiu as facadas. Foram 98 perfurações, constatadas pela perícia. A faca ficou cravada no peito da criança.

Depois da barbárie, a madrasta trocou de roupa e saiu para o trabalho normalmente, retornando por volta das 17h50, quando simulou encontrar o corpo. Foi ela que avisou a polícia e o pai da menina sobre o assassinato.

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